O passaporte é um documento icónico, e de facto essencial para quem viaja muito, ao ser capaz de nos identificar em qualquer ponto do planeta. Porém, é também um documento extremamente valioso, que se for perdido, pode significar dores de cabeça gigantescas.
Por exemplo, quando fui à Computex no ano passado, em Taiwan, andei sempre com o passaporte bem coladinho a mim. Porquê?
Consegue imaginar o problema que seria para a minha vida se porventura o tivesse perdido? Como é que voltava para Portugal? Afinal, Portugal não reconhece Taiwan como um paÃs. Uma situação que pode ser replicada em várias outras regiões deste gigantesco planeta azul.
Sendo exatamente por isso que o velho passaporte parece ter os dias contados, para dar mais espaço às tecnologias de identificação facial, e claro, o nosso velho smartphone.
Viaja muito? Passaporte tem os dias contados!
Portanto, se começa a ser cada vez mais normal não ter documentos fÃsicos connosco, como é o caso da Carta de Condução, ou Cartão de Cidadão, devido à massificação de aplicações como o gov.pt, e atualização de funcionalidades como é o caso da Carteira Google ou Carteira Apple, o mesmo parece estar a acontecer com o passaporte.
Ou seja, ao longo dos próximos anos, o passaporte, que tem sido um documento crÃtico para viagens internacionais no último século, pode estar prestes a ficar obsoleto. Em vez disso, vamos ter uma massificação de tecnologias de reconhecimento facial, que deverão funcionar com conjunto com o smartphone, de forma a se tornarem a base para o reconhecimento de identidades em qualquer grande aeroporto.
Claro que isto não vai acontecer no imediato, talvez nem aconteça nos próximos 2 ou 3 anos. Mas, até ao final da década, é muito provável que o passaporte, bem como outros documentos, caiam no esquecimento.
Como é que vai funcionar?
No centro desta mudança tecnológica está o conceito de Credencial Digital de Viagem (DTC). Uma tecnologia desenvolvida pela Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) das Nações Unidas.
Dito isto, o sistema DTC inclui duas componentes principais:
- Um elemento virtual que representa a informação tradicionalmente armazenada nos chips dos passaportes,
- Uma parte fÃsica armazenada no smartphone do viajante.
Estes componentes estão ligados de forma criptográfica para garantir a autenticidade e evitar a falsificação.
A implementação dos sistemas DTC varia, sendo que algumas abordagens continuam a exigir que os viajantes transportem – mas não necessariamente apresentem – os seus passaportes fÃsicos. Enquanto as versões mais avançadas têm como objetivo eliminar totalmente a necessidade de um passaporte fÃsico.
Entretanto, os primeiros ensaios práticos já revelaram resultados promissores. Afinal, na Finlândia, um projeto-piloto de CDT em pequena escala, demonstrou que os controlos de identidade podem ser efectuados em apenas oito segundos e que o processamento técnico demorava apenas dois segundos.
Uma grande melhoria face ao paradigma atual de processamento em vários aeroportos que utilizam sistemas de última geração.
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