É sua! Ou melhor, de quem realmente compra este tipo de produto a este preço. Tenho visto vários comentários por essa Internet fora, de crítica, relativamente aos preços dos novos iPhone 14, nomeadamente das versões Pro, mas também de outros produtos, de outras marcas, como são as placas gráficas RTX 40 da NVIDIA, ou até os smartphones da história rival da Apple, a gigante Sul Coreana Samsung, que até tem modelos quase a chegar aos 2000€, na sua versão base (Galaxy Z Fold4).
Mas isto levanta uma questão muito pertinente… A culpa destes preços, cada vez maiores no mundo dos smartphones, é das fabricantes? Ou é dos consumidores que continuam a comprar?
De quem é a culpa de smartphones a 1500€? Apple? Samsung?
Sim, é inegável que está tudo mais caro, em quase todas as gamas de preço.
No entanto, enquanto nas gamas médias e baixas se sentiu um pequeno aumento de preço, na altura do lançamento dos modelos para 2022, rapidamente os preços começaram a cair. Sabe porquê? Porque neste tipo de mercado, que valoriza mais a qualidade/preço, não existe margem para subir preços só porque sim. Quem compra um smartphone de gama média, não vai dar 300€ ou 400€, quando antigamente dava 200~250€.
Entretanto, nas gamas mais altas, onde podemos encontrar aparelhos como o iPhone 14 Pro Max, o Galaxy S22 Ultra, o Galaxy Z Fold, ou Vivo X80 Pro, a história já é outra… Existe uma outra margem, porque na realidade, os consumidores continuam a comprar. Especialmente quando se fala da Apple, e da sua gama de smartphones mais recente.
Aqui, nesta gama de preços, não temos apenas a lógica em jogo, mas sim a busca pela performance pura e dura, e claro, também a busca pelo estatuto. Ter um iPhone no bolso, ou um qualquer dobrável da Samsung, não é a mesma coisa que ter um Xiaomi Redmi Note 11 Pro. As fabricantes sabem disto, e por isso, sabem que podem aumentar o preço.
Vamos pensar num exemplo simples, mas prático!
Imagine que tem uma bancada de venda de limonada. (No fim pode trocar cada copo de limonada, por um iPhone novinho em folha!)
Abre no primeiro dia, tem 20 copos, cada um a euro. Bom começo não é? Pois bem, vendeu tudo, e até houve clientes de mãos a abanar na fila. Fantástico! Então, o que vai fazer? No segundo dia, vai aumentar o preço para 1.5€, afinal de contas, havia mais procura que oferta. A situação repete-se! Vendeu-se tudo, o que se faz? Vamos começar a vender a 2€.
O mercado funciona assim. Se fabricantes como a Apple, Samsung, Oppo, Vivo, Xiaomi, ou mesmo noutros campos, como o da informática, onde encontramos nomes como a Intel, NVIDIA ou AMD, continuam a vender, mesmo com preços mais altos… Qual é a razão para não aumentar? As empresas amigas do consumidor não existem.
Ou melhor, podem existir, mas é uma estratégia temporária para ganhar quota de mercado. Um excelente exemplo disto mesmo foi o que a AMD fez durante anos, enquanto esteve atrás da NVIDIA e da Intel. O que acontece agora? Preços em paridade com as rivais, ou em certos casos, um pouco mais altos. Será que acabou a amizade? Ou esta nunca existiu?
É exatamente por isto que é preciso concorrência, e é preciso também espírito crítico por parte do consumidor. Gastar 1500€ num smartphone, não pode, nunca, ser a regra.
Em suma, se a Apple lança um iPhone a custar 1400€, ou 1500€, e o pessoal compra. A culpa não é da Apple que decidiu ser “má”, é da pessoa que decidiu dar dois ordenados mínimos por um telemóvel.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Concorda com esta maneira de ver as coisas, ou existem outras razões? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.