Street Fighter VI (Análise PlayStation 5)

Street fighter, só o nome invoca memórias míticas das abadas que levava do meu pai no velho mas incrível Street Fighter II… Isto pelo menos até ter idade suficiente para conseguir fazer combos de jeito.

Dito tudo isto, a última entrada neste franchise foi em 2016, com Street Fighter V, que apesar de ter a competência técnica esperada de um SF da Capcom, pouco trazia para a mesa para além de um update gráfico, e talvez mais grave que isso, cortou em praticamente tudo o que era offline. Já Street Fighter VI, aprendendo com os erros do passado, apresenta uma grande quantidade de conteúdo e modos nunca antes vistos neste franchise.

Será que SF VI vai acabar com a concorrência no mundo dos fighting games com um Shoriuken? Vamos descobir com esta análise.

Street Fighter VI (Análise PlayStation 5)

Street Fighter

Novidades – O que mudou?

Todos os jogos Street Fighter tentaram trazer mecânicas novas para “apimentar” o sistema de combate, umas com mais sucesso que outras (parry, V-system, etc…) Quanto a SF VI, esta mecânica é o sistema de Overdrive, algo que sem dúvida abre novas oportunidades para modificar o estilo de jogo, passo a explicar:

Por baixo da nossa HP, temos novas barras mais pequenas, que são o nosso Drive. Estas barras podem sem consumidas para realizar um de cinco movimentos:

  • Parry (bloquear e defletir ataques),
  • Rush (aproximação rápida ao inimigo),
  • Reversal (um contra-ataque que pode ser executado enquanto bloqueamos),
  • Impact (ataque pesado que pode deixar o oponente desorientado),
  • Overdrive (transformar os ataques especiais em Overdrive Arts, que são versões bem mais letais dos mesmos).

Mas tenha atenção, porque se não tiver cuidado, e acabar por gastar todas as barras de Overdrive, entra no estado Burnout. Este estado torna-o mais vulnerável a ser desorientado (stunned), leva mais dano dos ataques no oponente, e até perde um pouco de HP por cada vez que se desvia de um ataque.

Assim, como seria de esperar, esta é uma mecânica complexa o suficiente para acrescentar mais um nível de profundidade ao sistema de combate. Um sistema que corria o risco de ficar um pouco estagnado neste sexto jogo do franchise. É uma novidade interessante e por isso bem-vinda.

A outra grande novidade é sem dúvida o modo World Tour.

Algo que fazia falta no SF V era claramente mais conteúdo para quem gosta de jogar offline, e é aqui que este novo modo vem fazer a diferença. O modo consiste em criar o nosso próprio avatar e explorar as ruas de Metro City, onde vamos interagindo e aprendendo ataques das diversas personagens da saga SF, ganhamos experiência, desbloqueamos cosméticos e tentamos chegar ao topo deste mundo de luta.

Sendo assim possível criar uma personagem com todos os nossos ataques preferidos e perfeitamente adaptada ao nosso estilo de combate (uma boa comparação é o Dragonball Xenoverse 2).

Infelizmente senti que este modo poderia ter sido aprofundado um pouco mais, apesar de ser divertido é também um pouco repetitivo.

Outros Modos

Claro que temos também os modos mais clássicos que seriam de esperar de um bom jogo de luta.

Battle HUB

Este é o nosso modo on-line principal onde vamos enfrentar lutadores de todas as partes do mundo.
Somos largados numa HUB onde podemos entrar em queue para lutar contra outras pessoas 1vs1 e em torneios (ranked ou casual), assistir a combates que estejam a decorrer ou simplesmente apreciar os avatares dos outros jogadores.

Algo que na minha opinião também não podia faltar era uma forma de lutar com a nossa personagem custom do modo World Tour. Agora, é certo que qualquer noção de equilíbrio é atirada pela janela neste modo, portanto é só mesmo pela diversão e para ver como é que conseguimos criar a personagem mais ridiculamente OP de sempre.

Fighting Ground

O mais clássico e, na minha opinião, indispensável modo de todos, o modo “arcade”.
Aqui podemo-nos sentar no sofá com um amigo e jogar um contra o outro no modo VS, podemos escolher uma personagem e levar cada um dos seus modos Arcade até ao fim para descobrir um pouco mais sobre a sua história ou simplesmente entrar no modo Training para ver tutoriais e aprender a dar porrada como nunca antes.

A única crítica que posso fazer aqui é a falta de um boss final para o modo Arcade, sinto que é algo que faz falta para tornar a experiência mais única e significativa.

In-game shop

Pois é, vamos falar da ovelha negra que infelizmente está presente em 90% dos jogos AAA hoje em dia, as micro-transações.

À semelhança de SFV (que tinha o Fight Money), SFVI tem os chamados Drive Tickets que servem como moeda principal para comprar cosméticos, entre outros elementos.

Apesar de não serem tão agressivas em SFVI como noutros títulos contemporâneos (especialmente porque os Drive Tickets podem ser adquiridos lentamente à medida que vamos jogando), a mentalidade de tirar ainda mais dinheiro ao consumidor em jogos que já pagámos 70€ (ou por vezes até mais) tem de acabar.

Performance

No que toca à performance, e como seria de esperar, temos o modo Graphics e Performance.

Gráficos:
Neste modo o jogo corre a 4K, porém curiosamente no que toca aos FPS, estes são diferentes consoante o modo que estamos a jogar.
Sendo que no modo World Tour podemos esperar 30FPS e no modo Fighting Ground 60FPS

Street Fighter

Performance:
O modo em que aconselho jogar qualquer fighter, isto porque nada é mais importante que o tempo de resposta e fluidez do combate neste género de jogo. Aqui podemos esperar uma resolução de QHD mas FPS estáveis a 60 ou até 120 se tiver um monitor/TV de 120hz. É de salientar que com uma taxa de atualização de 120hz devemos ativar o a opção “Input Delay Reduction” para ter a melhor experiência possível.

Conclusão

Posso concluir dizendo que Street Fighter VI é uma excelente sequela que corrige quase todos os problemas que eu tinha com Street Fighter V.

Com mais modos offline (mesmo que pudessem ter sido mais aprofundados), a novidade do World Tour, a liberdade para criarmos a nossa própria personagem. Bem como o excelente sistema de Overdrive! Temos aqui um jogo, que apesar das microtransações, veio apresentar-se como concorrente a melhor jogo de luta arcade da atualidade.

Recomendo sem dúvida a qualquer fã de Street Fighter, assim como a qualquer fã de jogos de luta arcade em geral.

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Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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