As consolas portáteis possuem uma longa história que acompanhou a indústria dos jogos a cada geração: da revolucionária troca de Pokémons no ecrã verde e preto do GameBoy original, a surpresa técnica e gráfica do PSP, o fracasso de plataformas como a Vita e a chegada do Nintendo Switch – uma das consolas mais bem sucedidos da história – o mundo dos portáteis não somente mostrou força lado a lado com os consoles de mesa, mas cresceu tanto que, aos poucos, está dominando uma fatia cada vez maior da jogatina dos gamers.
Steam Deck 2 com ecrã OLED? Valve comenta sobre sucessor do portátil
O apelo dos portáteis não é algo tão inesperado já que ao invés de tornar o jogador preso a uma televisão ou computador, o portátil pode ser levado para qualquer lugar e recursos como o modo sleep permitem encaixar alguns minutos extra de jogo em filas, ônibus, espera de consultas, e até na casa de amigos. A pesquisa mais recente da ExpressVPN mostra que a geração que mais joga videogame não é a mais nova – e sim, aqueles na casa dos vinte aos trinta anos, que atualmente podem ter pouco tempo livre para se dedicar aos jogos. Plataformas como o Nintendo Switch se encaixam perfeitamente nesse cotidiano, e podem reviver a jogatina de alguém com o cotidiano atarefado.
A chegada do Steam Deck, no entanto, foi um momento transformador nesta indústria: um verdadeiro computador, com todos os seus pontos positivos e negativos, portátil e com controles inovadores permitindo que os usuários do mundo dos PCs carreguem sua biblioteca completa do Steam para todo lugar. O portátil acaba de completar um ano, mas já existem discussões sobre seu sucessor. Confira.
Os sucessos e problemas do Steam Deck
Apesar de não existirem dados brutos revelados pela Valve sobre os atuais números do console, dados coletados através do KDE Plasma (interface utilizada no sistema do Steam Deck) podemos descobrir que ao fim do ano passado mais de um milhão de unidades já haviam sido vendidas, mesmo com os problemas na cadeia de produção e filas de espera.
O sucesso do Steam Deck é explicado por um conjunto bastante peculiar de recursos: o aparelho executa o Linux, sistema operacional para computadores, e através de sua APU da AMD e sistema de compatibilidade Proton, não há necessidade de lançamento de uma versão especial de cada jogo para o console – se o jogo está disponível no computador, é provável que funcione perfeitamente no aparelho. Além disso, o Steam Deck apresenta controles verdadeiramente flexíveis e expansivos, com dois trackpads sensíveis ao toque, analógicos com sensores de toque, diversos gatilhos e alavancas traseiras, tela por toque, giroscópio, e o sistema Steam Input que permite mapear quaisquer botões ou controles a ações de teclado, mouse e joystick.
No entanto, nem tudo é perfeito no dispositivo – a tentativa de redução de custos para atingir um preço mais atrativo é justificável, mas resultou em uma tela considerada de baixa qualidade com reprodução de cores ruim e problemas como o light bleeding. Além disso, a bateria do Steam Deck é aceitável em jogos simples, mas pode durar menos de duas horas em jogos pesados. Por fim, apesar do grande esforço no sistema Proton para garantir a compatibilidade com jogos de PC, jogos com sistemas anti-trapaça exclusivos ao Windows não funcionam no Steam Deck, o que inclui títulos famosos e importantes como o Valorant, Halo Infinite, League of Legends, Battlefield 2048, entre outros.
Steam Deck 2: tela OLED e APU potente?
O sucesso do Steam Deck aliado ao aparecimento de concorrentes com novos chips da AMD que oferecem maior desempenho (mas por preços elevados) movimentou debates a respeito de um possível sucessor ainda este ano. Um ciclo de lançamento anual seria mais próximo ao encontrado em placas de vídeo e smartphones, mas muito diferente da tradição dos consoles portáteis que tendem a sobreviver por 5 anos antes do aparecimento de um sucessor.
Em resposta aos rumores e dúvidas, representantes do time de desenvolvimento do Steam Deck da Valve já revelaram: um sucessor mais potente com certeza existirá, mas os consumidores não devem pensar nisso pelos próximos anos – o produto é um plano a longo prazo que não será lançado tão cedo.
Isso não significa que o Steam Deck não possa receber uma versão melhorada em breve – da mesma forma que o Nintendo Switch OLED adicionou um design refinado, bateria maior e tela OLED ao Switch, a Valve revelou que está considerando melhorias de bateria e tela em um possível modelo “pro” do Steam Deck. A empresa revelou que apesar do equilíbrio encontrado no produto atual, a qualidade da tela, duração da bateria e potência do motor de feedback tátil deixaram a desejar, mas que as negociações e desafios técnicos para conseguir uma nova tela OLED ainda são grandes. Os painéis OLED possuem disponibilidade limitada e preço elevado, produzem mais calor dentro do aparelho, e são mais frágeis que as telas LCD. Além disso, apesar de aumentos na eficiência de novos chips da AMD que poderiam melhorar a duração de bateria, o chip encontrado no Steam Deck é cuidadosamente customizado e criar uma nova linha de produção com um novo chip seria um custo adicional inviável em 2023.
Por isso, para quem deseja comprar o modelo atual mas tem medo de um sucessor o problema está resolvido – não haverá mudanças significativas durante os próximos anos, e a empresa garante foco total em melhorias de software e lançamentos de jogos. No entanto, é possível que através de novas negociações e maior disponibilidade de painéis OLED, um Steam Deck com melhorias de design e tela possa ser lançado para refinar a experiência portátil.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!