Finalmente, depois do primeiro iPhone com MagSafe (2020) e do anúncio do padrão Qi2 (2023), os telemóveis Android estão a adotar o carregamento sem fios Qi2… Porém, sempre com um grande “mas”.
Se quiseres aproveitar o Qi2 ao máximo, precisas de… uma capa com ímanes!
Smartphones Android não querem ímans? Porquê?
Sim, leste bem. Como noticiámos na altura, aparelhos como os novos Galaxy S25 tecnicamente até suportam o Qi2, o novo padrão de carregamento sem fios que permite carregar até 25W, isto com ímanes para manter o carregador alinhado e assim eficiente. Porém, com um problema grave.
O que é isto de Qi2?
É no fundo um padrão que vai buscar muito ao MagSafe da Apple, aliás, a grande maioria da tecnologia foi disponibilizada pela gigante Norte-Americana.
Parece incrível, certo? Pois, mas há um pequeno detalhe: a Samsung decidiu não incluir os ímanes dentro do Galaxy S25, S25 Plus e S25 Ultra. Ou seja, se quiseres mesmo usufruir do Qi2, vais ter de comprar uma capa compatível.
Claro que, quem gasta 1.500€ num Galaxy S25 Ultra, já ia comprar uma capa para o proteger. Isto não é difícil de compreender.
- Nota: Mas o que não faz muito sentido é o facto de a Apple ter conseguido incluir ímanes nos iPhones há quase cinco anos e a Samsung não ter feito o mesmo.
Portanto, a Samsung decidiu chamar-lhes “Qi2 Ready”, o que basicamente significa: “Não temos Qi2 a sério, mas podes adicioná-lo se comprares uma capa à parte”. “Capa essa que lhe vai custar mais 50€.”
Mas o problema não fica por aqui, visto que a grande maioria da série S25 continua a carregar sem fios até 15W, quando o Qi2 chega aos 25W.
Ou seja, na prática, a Samsung ignorou o Qi2 quase por completo. Mas, se acha que estamos só e apenas a “bater” na Samsung, não se deixe enganar, a Samsung não está sozinha nisto.
Existe um único smartphone Android com Qi2 e custa 499€.
Até agora, o único telemóvel Android com ímanes incorporados, o que lhe dá suporte total ao Qi2, é o HMD Skyline, que custa uns modestos 499€.
Outras fabricantes que normalmente até gostam de suportar novas tecnologias, como a Google, a Oppo, Honor, ou até a OnePlus, continuam a apostar em tecnologias próprias em vez de irem atrás dos padrões. (Porém, muitas destas fabricantes oferecem velocidades de carregamento muito superiores aos 25W do Qi2).
A Apple meteu ímanes nos iPhones… em 2020!
O iPhone 12 chegou ao mercado no ano de 2020, sendo o primeiro smartphone da Apple a contar com a tecnologia MagSafe. Que claro está, é uma tecnologia de carregamento que aposta (e bem) nos ímanes.
Sim, é verdade que se há coisa que a Apple faz bem, é demorar a adotar certas tecnologias. Porém, quando o fazem, fazem-no bem.
Sendo exatamente por isso que o MagSafe transformou o mercado, resultando num verdadeiro ecossistema de acessórios – carteiras MagSafe, tripés, suportes para carros, e até pequenos blocos de notas com ímanes.
A coisa mais engraçada? Depois do sucesso do MagSafe, o Wireless Power Consortium percebeu que os ímanes eram uma ótima ideia e incluiu-os no padrão Qi2. Mas, por razões desconhecidas, as fabricantes Android não querem entrar neste comboio.
Quando é que vamos ver muitos e bons smartphones Androids com suporte à tecnologia?
O padrão Qi2 ainda é relativamente novo. Afinal foi anunciado em 2023, e apenas finalizado em janeiro de 2024. Mas, até aqui, o seu suporte tem sido muito raro ou até inexistente.
Dito isto, eu não espero ver muitos smartphones com suporte ao Qi2 em 2025. Acredito que vamos ver mais aparelhos “Qi2 Ready” à semelhança do Galaxy S25. O que por sua vez significa a compra de uma capa com ímanes.
O suporte a sério vem mais tarde, quando as fabricantes quiserem mexer a sério interior dos seus aparelhos. O que pode acontecer em 2026, ou quem sabe… Em 2027 ou 2028. É muita lentidão. É quase incompreensível, porque seria de facto inteligente por parte das marcas Android simplesmente adicionarem os ímanes, porque isso abriria um mundo de acessórios incríveis sem esforço.
Se quiseres ir à Amazon, a partir de uma pesquisa “MagSafe”, vais encontrar centenas de acessórios fixes, desde opções baratinhas até gadgets premium de mais de 100€.