A causa mais comum da infertilidade feminina é a síndrome do ovário policístico (SOP). Esta síndrome pode ser causada por um desequilíbrio hormonal. Para ter noção, uma em cada cinco mulheres no mundo têm esta síndrome.
Além disso, 75% delas encontram dificuldades para engravidar. Quem sofre de SOP tem altos níveis de testosterona, cistos em pelo menos 1 ovário, ciclos menstruais irregulares e dificuldade em regular o açúcar no sangue.
“É de longe o problema hormonal que mais afeta mulheres em idade reprodutiva. Contudo, não tem recebido muita atenção”, diz Robert Norman, investigador da Universidade de Adelaide (Austrália) ao New Scientist.
A boa notícia é que um novo tratamento eficiente pode estar a caminho em breve.
Os tratamentos atuais ajudam as mulheres afetadas a conseguirem ficar grávidas. Contudo, a taxa de sucesso é inferior a 30%.
Doenças mal diagnosticadas nas mulheres:
Recentemente, uma nova pesquisa conduzida por ‘Paolo Giacobini’ no Instituto Nacional Francês de Saúde e Pesquisa Médica afirma que a síndrome do ovário policístico pode ser causada pela exposição excessiva da Hormona Anti-Mulleriana (AMH).
Assim, observou-se que mulheres grávidas com SOP têm níveis 30% superiores desta hormona comparativamente às mulheres sem esta patologia. Por isso, este desequilíbrio hormonal na gestação pode induzir o mesmo problema à descendência feminina.
Para testar esta hipótese, injectaram AMH em ratos fêmeas grávidas. De seguida, conforme o crescimento das crias fêmeas, observou-se uma prevalência da síndrome do ovário policístico.
Nomeadamente, puberdade atrasada, ovulação infrequente, atrasos na reprodução e menos filhos.
O excesso de hormona pareceu causar este síndrome. Isto porque, a superestimulação levou ao aumento do nível de testosterona.
Cura em ratos:
Em suma, conseguiu-se reverter a doença em ratos usando cetrorelix, um medicamento intravenoso usado para controlar as hormonas nas mulheres. Deste modo, depois do tratamento com este medicamento, os ratos fêmeas pararam de mostrar sintomas da síndrome.
Dito isto, os cientistas estão a planear efectuar um ensaio clínico com mulheres que sofrem de SOP. Provavelmente, iniciar-se-à antes de 2019.
“Esta poderá ser a estratégia para regularizar a ovulação e consequentemente melhorar a taxa de gravidez nestas mulheres”, diz Giacobini.
Se a síndrome realmente for passada de mãe para filha devido ao excesso de hormonas passadas na gravidez, poderia explicar por que razão é tão difícil encontrar uma explicação genética.
As descobertas também podem explicar por que é que as mulheres com SOP parecem engravidar com mais facilidade ao redor dos 40 anos! Pois, os níveis das hormona Anti-Mulleriana são conhecidos por diminuirem com a idade, geralmente indicando fertilidade reduzida.
No entanto, quando mulheres com síndrome do ovário policístico chegam a esta idade, elas podem ter a fertilidade normalizada – mas esta hipótese ainda precisa ser testada, alerta Norman.
Em suma, a cura para a SOP encontra-se a meses de ser testada em ensaios clínicos e tudo graças ao diagnóstico da AMH e de fármacos capazes de regular as hormonas!
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