Quando se olha para o mundo dos smartphones, é muito fácil apontar para a Samsung e para a Apple, para dizer que está é uma das maiores rivalidades de sempre do mundo da tecnologia, e claro, uma das mais interessantes desta era mais moderna das telecomunicações móveis.
Afinal, estamos a falar de um duelo que já tem uns quantos anos em cima, com a Apple a lançar o seu primeiro iPhone em 2007, enquanto o primeiro Galaxy S foi lançado em 2010.
Porém, a Samsung até tem mais anos de experiência face à sua velha rival, porque antes do primeiro Galaxy S, tivemos smartphones baseados no Sistema Operativo Bada, bem como vários outros telemóveis menos “smart”. Aliás, caso não saiba, a Samsung anda a lançar telemóveis desde 1988!
É mesmo qualquer coisa!
Mas, se nos formos focar mais nesta era mais moderna dos smartphones, rapidamente podemos comentar que enquanto a Apple sempre apresentou uma estratégia mais iterativa, de lançamentos com pequenas melhorias em vez de grandes revoluções.
A Samsung (quase) sempre preferiu ser a primeira no lado da tecnologia, com designs inovadores, e funcionalidades nunca antes vistas. É exatamente por isso que o Galaxy Fold foi recolhido logo após o lançamento, e o Galaxy Note 7 também teve de ser retirado do mercado.
Foram casos problemáticos, mas que apenas aconteceram porque a Samsung tinha FOME por inovação. Era uma empresa que se envolvia em todas as corridas tecnológicas que aparecessem no mercado.
A Samsung não tinha medo de arriscar! Onde está essa Samsung? Eu não sei… Você sabe?
Samsung está a perder a sua magia no lado dos smartphones?
Portanto, de certa forma, a Samsung começou lentamente, mas consistentemente, a transformar-se em uma espécie de Apple no lado Android da coisa.
Aqui tenho de salientar que sempre fui um dos maiores fãs do ecossistema da empresa Sul-Coreana, sendo exatamente por isso que também escolho ser (mais) exigente com tudo aquilo que a gigante lança ao longo de todas as gerações de produtos. Eu não quero “mais um” produto. Eu quero algo com toque Samsung!
Mas, recentemente, comecei a não gostar da direção que a Samsung está a tomar, tanto no lado do desenvolvimento dos produtos, como na forma como anda a fazer marketing. Isto inclui Portugal. Onde os esforços parecem estar mais em cima de influenciadores, em vez de quem realmente percebe de tecnologia e quer comentar os seus produtos, tanto no lado das vantagens, como no sempre medonho lado das desvantagens.
Na minha opinião, uma empresa que aposta “tanto” nos influenciadores, é uma empresa que não tem confiança nas capacidades reais dos seus produtos.
Infelizmente, a Samsung parece estar à sombra da bananeira… O problema é que a sombra só existe enquanto faz sol.
O que está a acontecer?
Se formos olhar com olhos de ver, para todas as gamas dentro do mundo mobile, a Samsung parece ter desistido de inovar. É uma empresa que está a aproveitar ao máximo a estratégia “em equipa que ganha não se mexe”.
É exatamente por isso que, apesar de serem a bandeira do ecossistema Android, os smartphones Galaxy S pouco ou nada evoluíram ao longo dos últimos anos, seja em termos de design ou de performance.
Sim, é verdade que em 2025 vamos ter algumas mudanças, especialmente no lado do design, o que finalmente vai tornar possível distinguir um Galaxy S25 Ultra de um S22, S23 ou S24 Ultra.
Mas isso não chega, especialmente quando no lado técnico da coisa tudo parece igual.
Afinal, caso não saiba, o módulo de câmaras aparenta ser o mesmo, o S25 Ultra continua a chegar com 12GB de memória RAM, e pelos vistos, enquanto todas as fabricantes andam a apostar para os 6000mAh ou 7000mAh, a Samsung continua com medo de ultrapassar os 5000mAh.
Isto levanta a questão… Se a Huawei não tivesse desaparecido, será que existia espaço para uma Samsung tão “Preguiçosa”? Provavelmente não.
A Samsung parece não ter ideias novas, ao continuar a apostar naquilo que sabe resultar.
Aliás, se formos olhar para a gama de earbuds e relógios, é inegável que a Samsung está a repetir ideias, infelizmente já cansadas de outras rivais. Isto vez de fazer aquilo que sempre fez, e de facto fazia bem. Que era a implementação das suas próprias ideias, mesmo que a base do produto já existisse no mercado.
Basta olhar para os mais recentes lançamentos, onde os mais recentes Galaxy Buds são demasiado parecidos aos AirPods Apple, e se formos olhar para o Galaxy Watch Ultra, bem… Não é preciso dizer muito mais.
Também podemos falar dos dobráveis Galaxy Z, mas até aqui a Samsung está a perder a sua vantagem competitiva, por pura e simplesmente aumentar preços sem se esforçar no design ou hardware.
Feliz ou infelizmente, a concorrência melhorou, e a Samsung parece ainda não ter bebido o seu café da manhã.
Nem tudo é mau! O software está melhor!
De facto, o One UI está melhor. Sendo muito provavelmente uma das melhores interfaces do ecossistema Android.
A aposta na IA também foi bem conseguida e tem potencial para melhorar nos próximos tempos. Especialmente porque a Samsung foi inteligente e levou o seu motor IA para várias gerações de aparelhos em vez de bloquear tudo aos modelos mais recentes.
- Nota: Mas, existe uma hipótese muito real deste sistema começar a ser pago num futuro muito próximo.
Além disso, as atualizações estão agora a chegar de forma muito mais consistente e rápida a todos os consumidores.
Vale a pena salientar que temos agora um suporte prolongado, com a promessa de 6 anos de atualizações garantidas para vários aparelhos da gama Galaxy. Mas… Mais uma vez… Isto não é uma novidade incrível dentro do mundo mobile, a Apple já anda a fazer isso há várias gerações.
Queremos coisas mais tangíveis.
Conclusão
A Samsung é uma das grandes, talvez até a maior fabricante dentro do ecossistema Android.
Mas, a magia que tantas vezes a separou de todas as rivais, está a desaparecer de forma extremamente rápida. É preciso inovar, é preciso lançar coisas diferentes, é preciso recuperar a “alma” que todos os produtos tinham quando chegavam às prateleiras.
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