A Samsung de hoje em dia não é a Samsung de há alguns anos atrás. O que é normal! O mercado muda, os consumidores também evoluem e por isso querem coisas diferentes. Como tal, é preciso evoluir da mesma forma, ao mesmo ritmo.
Porém, acaba por ser curioso ver que a evolução da Samsung ao longo dos anos a aproximou da sua velha rival Apple. Aliás, em alguns campos, a Apple também se aproximou um pouco da Samsung. Vamos tentar perceber porquê?
Samsung está cada vez mais Apple. O que não é mau!
Portanto, ao longo dos anos, começou a ser normal brincar um bocadinho com o facto de a Apple demorar um pouco mais a adotar certas tecnologias comparativamente a outras fabricantes, especialmente quando depois vem a público anunciar que é uma “inovação”.
Mas, muitos destes atrasos têm uma explicação lógica. Por exemplo, a Apple demorou um pouco a adotar ecrãs OLED LTPO nos seus smartphones. Foi falta de vontade? Não. O problema é que a Apple vende MUITO! Não existiam ecrãs OLED LTPO suficientes para ir de encontro à procura de todo o mercado com a Apple à mistura.
Por isso, a Apple só implementou este tipo de ecrã nos seus iPhone 14 Pro. Isto numa altura em que já era possível conseguir uma boa quantidade de painéis, a um bom preço, sem medos de rutura de stocks.
O que é muito? Não nos podemos esquecer que a Apple vende cerca de 15 milhões de um único modelo de iPhone logo nos seus primeiros dias de vida. Nenhuma outra fabricante é capaz de fazer isto! Sim, a Samsung é capaz de vender milhões de aparelhos no mesmo número de dias, mas nunca de um único modelo.
Sendo exatamente por aqui que começamos a ver a aproximação da Samsung à estratégia da velha Apple.
Além de tudo o que já foi dito, a Samsung também simplificou muito as suas gamas de produtos, esquecendo os velhos tempos dos smartphones S, Lite, Young, Plus, Plus+, etc…
Hoje em dia temos 3 ou 4 modelos Galaxy A, mais 3 modelos Galaxy S, e claro, 2 dobráveis Galaxy Z. Curiosamente, no lado da Apple, tivemos uma aproximação ao modelo da Samsung, visto que em vez de 1 ou 2 modelos, temos agora 4 lançamentos anuais, com um quinto lançamento a acontecer de 2 em 2 anos (iPhone SE).
- Nota: De forma muito curiosa, a Samsung também está a querer apostar na sua gama FE, como se fosse uma espécie de gama SE.
Em suma, é muito mais fácil perceber como a coisa funciona no lado da Samsung. Talvez mais importante que tudo isto, existe finalmente uma filosofia de design consistente, capaz de se adaptar a todas as gamas de preço. Afinal, até o Galaxy A mais barato se assemelha a um Galaxy S23.
É por isso que hoje em dia, da mesma forma que vê um qualquer iPhone na rua e imediatamente o identifica como um smartphone Apple, o mesmo começa a acontecer com a Samsung.
Mas, o que é realmente interessante no meio de tudo isto é que a Samsung começou a fazer aquilo que foi motivo de piadas no lado da Apple.
A gigante Samsung começou a ter mais paciência na implementação de novas funcionalidades e novas tecnologias, dando mais importância à qualidade, e não ao timing de lançamento.
Um excelente exemplo está no Galaxy Z Fold5, um aparelho que apesar de ser o melhor dobrável no mercado (na nossa opinião), a nível visual, continua a ser extremamente parecido ao Galaxy Z Fold 2 lançado há três anos atras. As maiores mudanças estão na dobradiça, no sistema de câmaras, e na eficiência do software.
Isto é muito curioso, porque apesar de liderar o mercado, podemos dizer que as suas grandes rivais, como é o caso da Oppo, Huawei, Honor, e Xiaomi, estão a dar voltas à volta da Samsung com maiores inovações tecnológicas e designs mais interessantes. Aliás, todas estas fabricantes já têm aparelhos dobráveis capazes de se dobrar a 100% há mais de 1 ano.
Isto é mau para a Samsung? Não. É estratégia!
Aliás, é a Samsung que produz a grande maioria dos ecrãs OLED dobráveis que vemos no mercado. Por isso, se havia fabricante que sabia dobrar a coisa, era obviamente a gigante Sul-Coreana.
Dito isto, a ideia é permitir que as rivais lancem as novidades, e caso a coisa corra mal, as culpas ficam para estas mesmas fabricantes. A Samsung aprendeu muita coisa com alguns erros do passado, nomeadamente o Galaxy Note 7, e também o primeiro Galaxy Fold. Isso é mau? Não necessariamente.
Esta calma da Samsung também esconde muitas outras melhorias incríveis, nomeadamente no lado das atualizações de software.
Se a Samsung era das piores há alguns anos atrás, hoje em dia é um exemplo a seguir no campo das atualizações. Aliás, só não é tão boa ou melhor que a Apple porque o ecossistema não o permite.
Antigamente, a Samsung era das últimas a lançar atualizações, ao mesmo tempo que rapidamente deixava para trás aparelhos com pouco mais de 1 ano de mercado. Hoje em dia? São 4 ou 5 anos de atualizações garantidas, e extremamente rápidas.
A Samsung percebeu aquilo que o ecossistema Apple adorava. Hoje em dia, nem todos os consumidores querem (ou podem) trocar de aparelho todos os anos. Por isso, para manter os clientes felizes e fiéis, é preciso oferecer um suporte pós-venda incrível. Afinal, se o suporte é incrível, porquê mudar para outra fabricante?
Porém, tudo isto tem um preço!
A Samsung sabe que é o outro lado da barricada relativamente à Apple. Se o iPhone 14 Pro Max é o lado A, o Galaxy S23 Ultra é o lado B. Por isso, sendo aparelhos equivalentes e comparáveis, os preços têm de ser os mesmos.
É exatamente por isso que todos os aparelhos Samsung de gama alta encareceram em 2023, muito graças ao encarecimento da Apple em 2022 (iPhone 14). É também por isso que os preços devem subir no próximo ano, visto que a Apple está a planear um encarecimento significativo na nova gama iPhone 15.
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