Allan Turvey continua o seu périplo pelos clássicos que apareceram nos primeiros tempos do ZX Spectrum ou aqueles que estávamos habituados a encontrar nos salões de jogos no início dos anos 80. Assim, depois de Pac-Man RX, Lunar Rescue RX, Asteroids RX, Jetpac RX e Bruce Lee RX, temos Scramble RX, e este há muito que era solicitado pela comunidade. Comum a todos, a extrema qualidade e os toques de perfeição que Allan sempre coloca nos seus trabalhos. Sim, é verdade, somos fãs dos seus jogos, e mesmo os mais simples, como Pacman Begins são verdadeiramente viciantes. Aliás continuam a ser carregados com grande frequência aqui por casa, em especial quando temos a família connosco (já se tornou tradição fazermos torneios deste jogo).
Um grande shoot em up
Quanto a Scramble, não é a primeira vez que este jogo lançado pela Konami em 1981 aparece para o nosso computador preferido. A Mikro-Gen fez uma conversão bastante medíocre em 1983, e talvez o único clone decente seja Penetrator, de 1982, este lançado pela Melbourne House (de fora fica Harrier Attack!, pois apesar de bom, não o consideramos um verdadeiro clone de Scramble). Desde aí, apenas nos lembramos de um decente e é para o Spectrum Next. Pois agora, quem se quer manter fiel ao 48K, tem com Scramble RX a oportunidade perfeita para se deixar apaixonar por este simples, mas fantástico shoot’em’up.
Perfeição é mais uma vez a palavra de ordem em Scramble RX, pois salvaguardando as limitações do ZX Spectrum e as diferenças para as máquinas maiores de arcada, o jogo é tal e qual aquele que encontramos nos salões de jogos. Temos à mesma as seis zonas, com um mapa exactamente igual à versão original. Só por aqui se vê o cuidado e a pormenorização que é apanágio de Allan.
Cinco zonas para ultrapassar
O primeiro e o segundo nível são relativamente fáceis para qualquer shooter minimamente experimentado. Claro que é preciso estar com atenção aos mísseis que vão descolando, mas em especial às naves que aparecem na segunda zona. Como elas se movem em padrões regulares, é relativamente fácil evitá-las. Convém ter o cuidado, e isso aplica-se para todas as zonas até chegarmos à final, de disparar continuamente, tentando sempre atingir os depósitos de combustível que se encontram ao nível do solo. O combustível da nossa nave vai diminuindo à medida que vamos avançando e se deixarmos chegar ao limite, a nave despenha-se ingloriamente e perdemos uma vida.
A terceira zona encerra outro tipo de dificuldades. Passamos então por uma cintura de asteroides e qualquer embate destes com a nossa nave, resulta numa espectacular, mas indesejada explosão. Além de termos que estar de olho nos asteroides que voam na nossa direcção a toda a velocidade, ainda temos que ir fazendo mira aos depósitos de combustível. Fazer as duas coisas ao mesmo tempo, já exige grande experiência.
Segue-se então a quarta zona, e a coisa aqui literalmente começa a apertar.
O espaço de manobra é pequeno e existe muito pouco tempo para nos desviarmos dos mísseis. Já na zona seguinte, apenas temos que nos preocupar em disparar contra os depósitos de combustíveis e tentar não colidir com as paredes, exigindo um constante movimento para trás e para a frente da nossa nave (as mentes mais sujas podem ir jogar ao Penetrator). Esta zona é a mais difícil até a dominarmos, depois tona-se muito fácil.
Finalmente, a última zona é quase apenas um pró-forma, pois os inimigos são inexistentes, mas temos que conseguir acertar na “nave-mãe”. Recomeça depois a primeira zona, mas agora com um maior nível de dificuldade, pois o combustível esgota-se com maior rapidez.
Graficamente, Scramble RX, também se encontra perto da perfeição.
Não são de esperar gráficos esplendorosos (à la Exolon), até porque isso seria desvirtuar o original. Na realidade, nem os conseguimos apreciar na sua plenitude, dado a rapidez da acção. Esperem sim, por gráficos muito competentes, sem grandes problemas de atributos, e que mesmo com a velocidade com que os sprites se deslocam, não revelam qualquer confusão gráfica. Mesmo quando as explosões acontecem, portam-se exactamente como no jogo original. E o mesmo se aplica ao som. Não tendo Allan esquecido a melodia original, assim como a música de vitória, que embora esteja no ROM do jogo original, não era usada.
Mas acima de tudo, aquilo que mais gostámos, é da sua jogabilidade e capacidade viciante. É mais um daqueles jogos que mesmo depois de vencermos a máquina, vamos continuar a jogar, nem que seja para tentar bater recordes, ou fazer torneios, como acontece aqui por casa (este vai já entrar para a lista). E para isso contribui uma funcionalidade extra, que é possível de seleccionar quando redefinimos as teclas. Podemos então largar as bombas com uma segunda tecla, ou então, o nosso modo preferido, pressionando um pouco mais de tempo a tecla de disparo. Experimentem, irão ver que é extremamente intuitivo e funcional.
Scramble RX entra então directamente para a galeria das melhores conversões do ZX Spectrum. Tivesse saído em 1986 ou 1987, e teria sido um sucesso imediato. Ainda vai a tempo. Para isso basta adquirirem este jogo. Assim garantido que Allan vai continuar a oferecer-nos pérolas como esta (já está a pensar em qual vai ser o seu próximo projecto). É, sem dúvida, o seu melhor jogo até à data.
Poderão também tornar-se seus patreons
Não só acedendo imediatamente a este jogo, mas a todos os outros trabalhos deste prolífico programador, que desenvolve novos jogos com uma cadência surpreendente. Para isso basta aqui virem, onde poderão consultar as várias modalidades.
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!