É inegável que a A Renault está a dar cartas no mundo dos 100% elétricos e, desta vez, trouxe algo verdadeiramente fora da caixa! Afinal, o novo Renault 5 Turbo – um regresso icónico da lenda dos anos 80 – chega com uma estratégia inovadora que promete mudar a forma como encaramos os automóveis elétricos: motores elétricos dentro das próprias rodas.
Sim, leste bem. Em vez de um único motor central a distribuir a potência para as rodas, o Renault 5 Turbo divide a força diretamente por cada roda traseira, eliminando a necessidade de diferenciais ou eixos de transmissão. Mas será que isto é só show-off ou há aqui vantagens reais?
De forma muito resumida, o Renault 5 Turbo 3E tem dois motores elétricos, um em cada uma das rodas traseiras, o que ao todo significa qualquer coisa como 536 cavalos de potência.
Ademais, será algo que vamos ver num futuro muito próximo em mais automóveis?
Vantagens dos motores nas rodas
Distribuição de potência mais eficiente
- Com um motor elétrico em cada roda traseira, o sistema pode ajustar instantaneamente a quantidade de potência entregue a cada lado, resultando num comportamento mais dinâmico e agressivo em curva.
Menos peso onde interessa
- Sem necessidade de eixos de transmissão, caixa de velocidades ou diferencial, há uma redução de peso na secção central do carro. Isto significa um centro de gravidade mais baixo e melhor distribuição do peso, o que pode melhorar a performance.
Recuperação de energia mais eficiente e inteligente.
- Os motores independentes permitem recuperação de energia mais inteligente.
Resposta instantânea e tração otimizada
- Os motores elétricos já são rápidos a responder, mas quando cada roda tem o seu próprio motor, a tração é ainda mais ajustada em tempo real. Isto traduz-se num carro mais previsível e estável, seja em aceleração ou travagem. É aqui que encontramos um pouco da magia deste Renault 5 em pista.
Espaço interior otimizado
- Sem um motor central volumoso ou eixos de transmissão a ocupar espaço, a Renault pode otimizar a arquitetura do carro, permitindo um habitáculo mais espaçoso e uma melhor distribuição da bateria.
Desvantagens?
Suspensão mais complicada
- Ao colocar motores elétricos nas rodas, aumenta-se o peso não suspenso (ou seja, o peso que afeta diretamente o comportamento da suspensão). Isto pode tornar o carro menos confortável em pisos irregulares e exige um ajuste preciso da suspensão.
Mais difícil de arrefecer
- Os motores dentro das rodas ficam mais expostos ao calor gerado pelo próprio funcionamento e pelo sistema de travagem. A Renault teve de desenvolver um sistema de arrefecimento eficiente para evitar problemas de sobreaquecimento.
Custos de manutenção potencialmente elevados
- Se por acaso tiveres um problema num motor de uma roda, não é só trocar um diferencial ou um eixo. É trocar a roda toda, e isso pode sair bem mais caro do que num sistema tradicional.
Risco em pisos escorregadios
- Apesar do controlo eletrónico ajudar, ter motores individuais nas rodas traseiras pode tornar o carro mais instável em situações de baixa aderência. Se o software não estiver bem calibrado, a traseira pode tornar-se demasiado viva, dificultando o controlo em chuva ou neve.
Conclusão: Vale a pena esta inovação?
Em suma, o Renault 5 Turbo elétrico está a trazer uma das inovações mais interessantes dos últimos anos. Os motores nas rodas podem mudar completamente a experiência de condução, oferecendo um carro mais ágil, responsivo e eficiente.
Por outro lado, esta tecnologia traz desafios, especialmente ao nível do conforto, custos de manutenção e arrefecimento. Mas, se a Renault conseguir afinar bem todos estes detalhes, podemos estar a olhar para um novo padrão nos desportivos elétricos.
Para finalizar, eu tenho as minhas dúvidas do futuro desta tecnologia, mas ainda não tive a oportunidade de conduzir o carro. E você? Antes de mais nada, partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.