Há alguns anos atrás, dar mais de 500€ por um smartwatch (relógio inteligente) iria com toda a certeza parecer uma ideia que não faz muito sentido. Que razão poderia existir para dar tanto dinheiro por um relógio que tem um ciclo de vida finito? Ou seja, enquanto um relógio normal “premium” tem a grande missão de dar as horas, e vai fazê-lo durante vários anos, por vezes até décadas, um relógio inteligente vai funcionar apenas enquanto a bateria durar e existir assistência por parte da sua marca.
Mas, ainda assim, a realidade é que todas as fabricantes de referência andam a apostar em modelos mais Premium, com algum sucesso à mistura. É por isso que a Huawei já lançou versões Elite, Ultimate, etc… A Apple já está a caminho do terceiro relógio Ultra, e ao que tudo indica, até a Samsung está a preparar um relógio que deverá custar qualquer coisa como 1000€, na forma do primeiro Galaxy Watch Ultra.
Relógios inteligentes a 1000€, 2000€ ou 3000€? Porquê?
Portanto, no meio de todos os wearables lançados, muitos deles a chegar ao mercado a preços bastante apetecíveis, a Apple já se está a preparar para lançar um terceiro Watch Ultra acima dos 900€, a Huawei já tem o Watch Ultimate Gold Edition a 2999€ bem como versões especiais do Watch 4 Pro e Watch 4 GT, a ultrapassarem os 700€, e claro, além de tudo isto, tudo indica que a Samsung vai lançar o seu primeiro Galaxy Watch Ultra muito perto da marca dos 900€ ou 1000€.
Mas, quem é que dá tanto dinheiro por um relógio?
Antes de mais nada, é preciso dizer que relógios caros sempre existiram. É um mercado que faz muito sucesso, e que como tal, movimento quantidades quase inacreditáveis de dinheiro.
Ou seja, o que não falta no mercado são modelos de coleção, baseados nos materiais mais premium do planeta, e claro, equipados com uma qualidade de construção inigualável. Muitos destes relógios são modelos intemporais, que apenas se vão valorizar ao longo do tempo.
Aliás, mesmo que não valorizem, a relojoaria a sério é capaz de dar estatuto a qualquer pessoa que consiga equipar o seu pulso com uma destas peças.
Mas… Smartwatches? Vamos mesmo comparar um Rolex a um Huawei? Ou a um Apple? Ou até mesmo a um Samsung? Isto faz algum sentido?
Será que existe potencial para transformar um gadget num modelo de colecionador, igualmente capaz de se valorizar ao longo dos anos, ou de pelo menos aguentar o seu valor original ao fim de 5 ou 10 anos? Duvido! Duvido mesmo muito!
Atenção, não estou a criticar os lançamentos dos relógios “comuns” de qualquer uma das marcas. Especialmente no caso da Huawei, que foi capaz de me impressionar pelo design, qualidade de construção, funcionalidades, e até pelos preços dos modelos ‘Normais’. O que realmente me irrita é esta tentativa de fazer de algo tão tecnológico, algo “super” valioso.
Afinal de contas, enquanto os modelos realmente apetecíveis e incrivelmente caros são baseados em componentes físicos, em mecanismos complexos e admiráveis. Os smartwatches são baseados em hardware que é incrível hoje, mas vai ser obsoleto dentre de 2 ou 3 anos.
Por muito bem construídos que sejam, o tempo de vida de qualquer tipo de tecnologia é limitado. Isto só no lado do hardware. Porque no lado do software também vamos ter problemas, com apps a falhar e o fim de atualizações por parte da fabricante. Isto já para não falar da bateria, que eventualmente vai dar de si.
Em suma, um smartwatch é um produto com um ciclo de vida finito. Um relógio tradicional dura para sempre. Faz sentido comparar?
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