Hoje em dia é normal utilizarmos o Internet Explorer para descarregarmos outro browser como o Chrome ou o Firefox, para depois nunca mais lhe voltarmos a tocar… na vida !
Mas porquê? Vamos olhar um pouco para a história do Internet Explorer, como tudo começou e o porquê de toda esta má fama.
No ínicio era bom !?
Todos nós estamos agora habituados a pensar que o Internet Explorer é lento, atrasado em relação aos tempos modernos e com bugs que nem no sótão da nossa avó encontramos.
A verdade é que este browser foi pioneiro de muitas inovações que fazem da Web aquilo que é hoje.
Eis um pouco de história:
1996: Internet Explorer 3
- Esta versão do browser, foi a primeira a implementar CSS(Cascading Style Sheets), introduziu ainda muitas novidades na altura como Java applets e controlos ActiveX.
1997: Internet Explorer 4
- A versão 4 deste browser introduziu um “layout engine” – motor de disposição – que podia ser usado por outras aplicações, isto foi bem mais importante do que algumas pessoas pensam.
- Esta versão também introduziu HTML dinâmico, que permite às páginas mudar o seu aspecto de forma dinâmica usando JavaScript.
Para quem não sabe, a versão 4 podia ser instalada em Mac OS !
1999: Internet Explorer 5.x
- A Microsoft inventou o Ajax, foi nesta versão que foi introduzido o XMLHttpRequest do JavaScript, que está bem escondida em várias aplicações que ainda usamos em 2017, como o Gmail.
Por isso sim, a Microsoft inovou com o Internet Explorer !
Da versão 3 até à versão 6 a Microsoft trabalhou muito no campo das inovações e desenvolvimento, introduzindo novas características interessantes e mais úteis que o Netscape.
Enquanto que a Microsoft tinha imenso sucesso com o Internet Explorer, a concorrente Netscape tinha versões cheias de bugs!
São exemplo disso, o Netscape 3 Gold que passava a vida a crashar e o Netscape 4 que era extremamente lento.
Curiosidade: Os Devs (ou programadores, se preferirem) queixavam-se do Netscape um pouco como se queixam agora do Internet Explorer. Os tempos mudam, mas as queixas dos programadores continuam !
Então o que correu mal?
Tudo começou quando a Microsoft integrou o Internet Explorer no Windows, e dificultou a remoção do programa, e uso de um browser alternativo.
Temos também o que a Microsoft fez para tentar expulsar a Netscape do mercado usando o monopólio que tinha.
Com isto muitos consumidores começaram a ver a empresa com maus olhos.
A Microsoft encostou-se…
Mais ou menos pela altura em que a Microsoft lançou a versão 6 do Internet Explorer, juntamente com novas funções para os web developers, quase não existia concorrência. A empresa tinha 95% do mercado!
E por isso a Microsoft deixou de tentar, durante 5 anos. Na realidade, não fizeram nada de novo ou inovador, mesmo depois do lançamento do Firefox.
E assim os consumidores mais atentos começaram a fugir…
Funcionalidades específicas da Microsoft
O grande problema com as inovações da Microsoft, foi o quanto foi feito sem seguir os standards da Web. É que isto não era grande problema quando o Internet Explorer estava quase sozinho no mercado.
Mas assim que o Firefox e o Webkit chegaram e se começaram a seguir os standards correctamente, começou a ser uma grande problema para os Web Developers.
Problemas de segurança e Crashes
Desde que a Microsoft se sentou à sombra da bananeira e deixou de tentar competir com a concorrência, como o Firefox, Opera, etc… começaram a aparecer diversos bugs e problemas de segurança, alguns muito graves.
As versões 7 e 8 chegaram demasiado tarde
Demorou 5 anos até ao lançamento do Internet Explorer 7 que adicionou os separadores e fez com que a navegação fosse um pouco mais fluída!
Mas para os Web Designers continuava a ser um pesadelo lidar com este browser… É que agora tinham de tentar fazer as páginas aparecer de forma correta em dois browsers terríveis, em vez de apenas um… Ou seja a versão 6 e 7 do Internet Explorer. Para além disso, demorou ainda mais 2 anos e meio para a empresa lançar a versão 8…
A versão 8 trouxe suporte melhorado para o CSS! Em paralelo, trouxe ainda novidades como a “Navegação privada”, isolamento de tabs. (Para prevenir que uma janela mandasse todo o browser abaixo). E ainda proteção contra phishing.
Mas nesta altura já muitos utlizadores se tinham mudado para o Firefox e alguns já usavam o novo Google Chrome.
A verdadeira razão do ódio contra o Internet Explorer
Suportar o Internet Explorer é como espetar uma faca nos olhos para um Web Developer !
Vamos imaginar que estão a trabalhar numa página web. Perderam horas a testar, a terem a certeza que ficava tudo bonito. Usam o Chrome, Safari e até o Firefox… está perfeito !
Quando já pensavam em ir fazer a sandes e preparar o copo de leite para se irem deitar… Abrem o Internet Explorer… Do nada parece que o novo filme do Saw saiu mais cedo! E infelizmente, não foi nos cinemas, foi mesmo no vosso monitor…
Felizmente, nesta altura, as versões 6/7 e 8 do IE são uma anomalia estatística. Com quase todos os sites a desistirem de as suportar.
Ser obrigado a usar o Internet Explorer
– Talvez seja aqui que comece o real ódio ao coitado do Internet Explorer…
Muitos consumidores foram obrigados a usar o IE, no trabalho, na escola… forçados a ter a certeza que as coisas funcionavam nesta plataforma…
Nota do Redator: Eu ainda me lembro quando era miúdo, nas aulas de informática. Habituado a usar o Firefox em casa, era obrigado a usar o Internet Explorer 6.
Não conseguia entender o porquê dos meus olhos e miolos… Precisarem de ser castigados daquela maneira !
Mas…
O futuro parece um pouco mais brilhante para o Internet Explorer !
Ao fim ao cabo, parece que a Microsoft aprendeu com os muitos erros que cometeu ao longo dos anos!
Afinal de contas, as versões 10 e 11 do velhinho Internet Explorer são muito mais rápidas! Seguem os standards e perderam a interface horrível que tinham. Além disso, os mais atentos já devem ter notado que o Browser que aparece no vosso monitor já nem tem o mesmo nome!
De forma a tentar limpar a reputação que o Internet Explorer tinha e tem… A empresa mudou um pouco o logo e o seu nome.
Algo bastante curioso é que em testes recentes, o malware recente nem sequer é feito a pensar neste browser. Isto, porque escrever “plugins” para o IE é complicado… Enquanto que escrever algum HTML e JavaScript para atingir o Chrome é bastante mais fácil!
Pois é, vivemos num mundo novo em que o alvo mudou! E já não é o velhinho símbolo azul, mas sim o símbolo multicolor do Google Chrome.
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