A pirataria de conteúdo multimédia, que muitos pensavam estar morta, ou pelo menos em coma, voltou como ninguém poderia esperar após o fim da pandemia de COVID-19. Mas, a culpa não é do COVID.
A culpa é do fim da partilha de contas, dos aumentos de preço, da divisão de conteúdo entre 4 ou 5 plataformas diferentes. O que era simples e amigo do utilizador, ficou igual ao pior que as soluções de antigamente.
Pirataria voltou… Em força! De quem é a culpa?
A pirataria está de novo na moda, depois de anos de queda, e na verdade, de um quase desaparecimento. Quem o afirma é uma das autoridades reguladoras da EU, a European Union Intellectual Property Office, no seu mais recente relatório bi-anual.
De forma muito resumida, a queda no consumo de conteúdo pirateado deu um volte-face no início de 2021, altura em que os preços começaram a aumentar em tudo o que era serviço online. Estamos a falar de um declínio de 3 anos, que simplesmente deixou de existir de um momento para o outro.
Dito isto, com o extermínio de várias plataformas de downloads de torrentes, e de visualização direta (como era o caso do Mr. Piracy e do Pobre.TV), é incrível ficar a saber que 48% de toda a pirataria Europeia se concentra na visualização de conteúdo de TV. Algo que faz todo o sentido, tal foi a separação de conteúdo quando começamos a ver mais e mais plataformas de streaming de conteúdo na Internet. Não existindo dinheiro para pagar tudo, os utilizadores voltaram-se no imediato para o oceano e para os velhos chapéus de pirata.
Assim, mesmo com a caça a sites de streaming ilegais, 58% de todos os piratas continuam a conseguir arranjar alternativas similares. Apenas 32% dos piratas usam torrents.
Sabe onde é que estão os piratas a sério? No desporto! Nomeadamente no futebol!
Ou seja, pela primeira vez, este relatório aparece com dados sobre a pirataria de programas desportivos ao vivo, com os resultados a serem chocantes. A pirataria de streams de desporto cresceram 7% entre o início de 2021 e fim de 2022.
Música pirateada? Quase não existe!
Curiosamente, um dos mercados que mais sofreu com a pirataria ao longo dos anos, é agora o mais sossegado. Estamos a falar do mundo da música. Plataformas como o Spotify, Tidal, Apple Music e YouTube Music mostram que é possível existir rivalidade, e revitalização do mercado, sem obrigar os utilizadores a fugir à conta mensal.
Basta oferecer um bom serviço, a um preço decente. Curiosamente, nesta guerra de plataformas de streaming, é raro existir casos de exclusividade de conteúdo. Toda a música está disponível em todo o lado. O streaming de séries e filmes devia aprender com isto…
Pirataria está a voltar, mas ainda está longe dos tempos de ouro! É uma questão de tempo?
A pirataria está a crescer, mas ainda está longo do caos de 2017. Mas, a este ritmo, e com o facilitado acesso à tecnologia, tanto para míudos como para graudos, existe potencial para ultrapassar e bem as métricas do passado.
Em suma, é preciso mudar a forma como o mundo multimédia funciona, caso contrário, a Internet vai transformar-se na série One Piece, em que toda a gente é pirata.
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