Novo teste identifica o anti-depressivo mais indicado para si

Novo teste identifica o anti-depressivo mais indicado para si – Os antidepressivos são basicamente os medicamentos que ajudam na depressão. Dito isto, esta patologia limitante do sistema Nervoso é caracterizada por tristeza persistente. No entanto, é relevante dizer que sentir tristeza pode acontecer a todos. Assim, para ser diagnosticada, os sintomas devem perdurar pelo menos durante duas semanas.

Hoje em dia, existem inúmeros medicamentos bem como um maior acesso a terapeutas, como psiquiatras e psicólogos.

No entanto, o maior impedimento para combater o aumento da depressão pode não ser a falta de opções de tratamento, mas sim a boa adequação para cada pessoa! Nomeadamente, o anti-depressivo certo para si…



Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) é o nome da classe farmacológica do anti-depressivo amplamente prescrito: Sertralina, por exemplo. Assim, os ISRS mudaram a vida de milhões de pessoas com depressão (major).

Contudo, para muitas outras pessoas, estes medicamentos não trazem boas recordações.

Afinal de contas, para além de uma enorme perda de tempo, efeitos colaterais desagradáveis e até mesmo um maior risco de suicídio. Ainda temos a conta final para os sistemas de saúde que fazem a comparticipação dos medicamentos!

Assim sendo, temos de falar de um novo teste baseado nas ondas cerebrais do paciente, que é capaz de oferecer a possibilidade de prever as necessidades de um indivíduo, em vez de confiar em métodos de tentativa e erros!

Portanto, o professor de Stanford, Amit Etkin, lidera uma grande equipa que usou eletroencefalografia (EEG) para medir as ondas cerebrais de pacientes diagnosticados com depressão.

Resumidamente, os pacientes foram analisados tendo em conta as muitas características pensadas para prever a resposta aos medicamentos pertencentes aos ISRS.

Assim, quando os doentes receberam uma alta pontuação nas características analisadas foi-lhes prescrito e tomado o antidepressivo sertralina, um ISRS. Posteriormente, quase 2/3 relataram uma redução de 50% ou mais nos sintomas. Entretantno, entre aqueles cujas ondas cerebrais não possuíam essas características, apenas 1/5 relatou o mesmo benefício.

Paralelamente, metade dos participantes do teste foram colocados em placebos em vez de tomarem sertralina. Curiosamente, este grupo teve respostas muito idênticas ao grupo de pessoas que tomaram medicação, mostrando uma vez mais o efeito do placebo!

No entanto, os resultados dos EEGs das pessoas em placebo, são desconcertantes!

Apesar dos resultados benéficos das pessoas em placebo, o resultados relativamente às características do EEG não acompanharam essa mudança.

Em suma, demonstrou-se que as características analisadas não estão relacionadas com a probabilidade da melhoria da depressão, mas sim uma boa resposta ao anti-depressivo.

Portanto, o foco do artigo foi prever a adequação da sertralina. Ainda assim, os autores também descobriram que aqueles que não tinham ondas cerebrais compatíveis com o SSRI tinham respostas mais fortes à estimulação magnética transcraniana (EMT).



Embora a popularidade do EMT esteja a aumentar, atualmente só é prescrito para pessoas que já tenham tentado várias vezes os ISRS sem grande benefício.

Este estudo não foi o primeiro a relatar a existência de indicadores para uma boa resposta dos antidepressivos da classe dos ISRS. Houve uma versão anterior do mesmo teste publicado há dois anos. Embora demonstrasse o potencial da ideia, naquele momento a taxa de previsão não era boa o suficiente para ser clinicamente útil.

Embora o artigo reconheça algumas fraquezas remanescentes no estudo que possam ser abordadas no futuro, o grande tamanho da amostra e o poder preditivo muito mais forte o diferenciam dos esforços anteriores.

E, por fim, o catedrático Amit Etkin afirma:

“Ficarei surpreendido se estas evidências não forem usado pelos médicos nos próximos cinco anos”. Acrescenta ainda que as pessoas com depressão major são diferentes entre si e o quão fundamental é escolher o melhor tratamento para cada uma delas. “Como psiquiatra, sei que esses pacientes diferem bastante”, “Mas colocamos todos sob o mesmo guarda-chuva e os tratamos da mesma maneira”.

Fonte: 1, 2

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Joana Morais
Joana Morais
Desde que me conheço a área da saúde sempre me fascinou, em especial a área da fitoterapia e nutrição. Muitas vezes brincando que noutra vida fui "feiticeira" porque sou apaixonada por tudo o que têm propriedades curativas. Finalizado o mestrado integrado em Ciências Farmacêuticas, sinto-me útil a ajudar.

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