O ecossistema Android está a passar uma fase estranha, em que os aparelhos nunca foram tão bons, mas ao mesmo tempo também nunca foram tão caros. É devido a tudo isto que muitos fãs do mundo mobile dominado pela Google quer ver mudanças, quer ver uma evolução, e claro, quer muita inovação à mistura.
Estamos também a viver uma altura em que o mais normal do consumidor prefere gastar mais dinheiro e ter um aparelho premium, em vez de gastar um pouco menos e ter um aparelho de gama média. O que por sua vez, é um mau sinal para todo o ecossistema! Um lado do barricada mobile que durante muitos e bons anos foi referência pelo foco na Qualidade-Preço, ou na existência de muitos produtos Bonitos, Bons e Baratos.
Tudo isto pinta uma situação um pouco estranha para fabricantes que sempre apostaram no “quase”.
Como foi o caso da OnePlus há alguns anos atrás, que oferecia “quase” topos de gama a preços incríveis, e hoje em dia um pouco a imagem da Nothing, que quer oferecer uma experiência diferente, e obviamente também “quase” topo de gama, num ecossistema Android muito diferente do passado.
Nothing Phone (3): Vai acontecer? Vale a pena?
Portanto, a Nothing é uma fabricante de produtos focada no mundo mobile extremamente interessante, porque… Bem… É um caso de estudo! Apareceu do nada, e saltou diretamente para as bocas do mundo. Isto é algo extremamente complicado de conseguir num mercado tão competitivo (e tão saturado) de produtos e marcas, todas elas diferentes, mas ao mesmo tempo todas elas tão iguais.
Ainda assim, acho que a Nothing teve sucesso, e o Nothing Phone (2) é um perfeito exemplo disso! O que claro está, abre a porta para uma terceira versão. Mas… A estratégia tem de ser diferente!
O Nothing Phone (2) é na verdade tudo aquilo que o primeiro Nothing Phone (1) deveria ter sido. Um aparelho baseado em hardware de topo, mas não necessariamente o mais recente do mercado, com um aspeto bastante diferente daquilo que podemos considerar “tradicional”.
O Nothing Phone (2) foi um refinar de uma estratégia, que na minha mais honesta opinião, correu muito bem. O smartphone poderia ser um pouco mais barato, mas segundo os valores que a Nothing avançou, a coisa nem correu nada mal a nível global.
O que claro está, abre espaço para uma terceira versão com ainda mais potencial.
O que pode o Nothing Phone (3) melhorar?
O design vai ter de evoluir um pouco, especialmente na traseira. A Nothing não é ainda uma Apple ou Samsung, para apostar numa filosofia de design unificada. A jovem empresa focada no mundo mobile tem de saber inovar, tem de saber reinventar, tudo isto para chamar a atenção de todo o tipo de consumidores.
Além disto, a Nothing também precisa de apostar um pouco mais na qualidade de captura fotográfica a partir do módulo traseiro, ao mesmo tempo que também alarga o suporte do Glyph a terceiros, um pouco à imagem daquilo que a Apple está a tentar fazer com a Ilha Dinâmica do iPhone.
Afinal, o software é um dos pontos fortes destes aparelhos!
Modelos Pro?
Espero que não!
A Nothing não deve cair na armadilha de dividir a sua gama para tentar oferecer uma alternativa mais Budget e uma outra mais Pro. No próximo ano deve existir um Nothing Phone (3) e nada mais.
Data de Lançamento?
Bem, o Nothing Phone (1) foi anunciado no dia 21 de Julho de 2022, enquanto o Nothing Phone (2) foi anunciado no dia 17 de Julho de 2023. Podem existir mudanças de planos, especialmente porque todas as fabricantes do mundo Android estão a planear mudar os seus calendários de lançamento, mas… Vamos apontar para um anúncio algures no verão de 2024.
Preço?
O Nothing Phone (2) saiu a 679€ para a sua versão base (8GB de RAM), com a versão mais desejável (12GB) a custar 729€. Preços que me parecem equilibrados, e que a fabricante deveria tentar manter na próxima geração.
A Nothing tem de saltar à vista no campo da inovação e do design, mas também no aspeto monetário.