Há poucos dias surgiu uma grande polémica com o medicamento – NOLOTIL – utilizado na medicina há décadas. O mais engraçado é que as pessoas colocam de parte um medicamento e não cumprem a medicação simplesmente porque ouviram ou viram nas noticias…
Vamos lá esmiuçar a polémica com base em fontes credíveis!
(Que pode consultar)
Fundamentalmente, o Nolotil tem como substancia activa o metamizol magnésico. Uma substância que é comercializada em Portugal também noutras marcas. Nomeadamente, no Dolocalma assim como no Metamizol Cinfa e Metamizol Sandoz, estes últimos dois medicamentos genéricos.
O metamizol é um pró-fármaco que se decompõe espontaneamente em compostos estruturalmente relacionados com a pirazolona. Em suma, é um fármaco popular analgésico, não opioide !
Metamizol magnésico tem acção analgésica (contra a dor), anti-inflamatória (tratamento da inflamação) e antipirética (para a febre). Especialmente, dor aguda no período pós-operatório ou pós-traumático. Dores espasmódicas. Febre alta que não responde a outras terapêuticas antipiréticas. Dor tumoral.
Escada Analgésica (pela Organização Mundial da Saúde):
A utilização de fármacos para controlo da dor baseia-se no princípio da utilização de uma escada analgésica de três Degraus que tem na base:
- Medicamentos analgésicos anti-inflamatórios não esteróides e outros Analgésicos (paracetamol e o metamizol),
- Opióides designados por fracos (codeína ou o tramadol),
- Opióides designados por fortes (morfina, a buprenorfina ou o fentanil)
A qualquer um daqueles degraus podem adicionar-se medicamentos ditos adjuvantes, como os anti-depressivos, os
anti-convulsivantes e outros.
Esta escada tem como objetivo prevenir a sobreutilização de opioides, que podem induzir fenómenos de tolerância e da adição.
Apesar de ser considerado um analgésico de eficácia demonstrada, o metamizol tem, à semelhança da maioria dos medicamentos, efeitos adversos!
Porém, cabe aos profissionais de saúde, nomeadamente aos médicos que prescrevem analisarem os parâmetros sanguíneos (hemograma) e equacionarem o risco-benefício.
Assim, a sua utilização depende de uma cuidadosa avaliação da relação risco-benefício tendo em conta as alternativas disponíveis.
Pois bem, o metamizol foi retirado do mercado nos Estados Unidos e em vários países europeus, após relatos de agranulocitose fatal entre usuários! No entanto, está disponível em muitos países da Europa, América do Sul e Ásia
Mas afinal o que é agranulocitose? O que causou a morte?
Agranulocitose é o termo médico para a diminuição das células leucocitárias granolócitas (do sistema imunológico) como por exemplo os neutrófilos.
Estas células são responsáveis pelo “combate inicial” contra os agentes estranhos ou partículas patogénicas. Dito isto, a diminuição destas células aumenta o risco de contrair uma doença infecciosa fatal.
Em suma, foi isto que levou à morte e por consequência, à retirada do medicamento em outros países!
Porque é que continua a ser comercializado em Portugal?
Segundo o Infarmed, “a utilização de medicamentos contendo esta substância pode causar uma reação adversa — a agranulocitose — que, apesar de ser grave, é muito rara”
“Em Portugal, foram notificados ao sistema de farmacovigilância, entre 2008 e 2018, um total de 11 casos de agranulocitose potencialmente associados à utilização de metamizol, com uma frequência de 1 a 2 casos por ano (o que se encontra dentro da frequência expectável de uma reação muito rara)”.
Para evitar essas reações, o Infarmed aconselha a utilização ”restrita a um período temporal curto” no máximo de sete dias.
Se a utilização for mais prolongada do que essa, é aconselhável fazer monitorização dos valores do homograma, um exame que avalia e faz uma contagem das células sanguíneas de um paciente.
O Infarmed acrescenta que “estes medicamentos não devem ser utilizados em doentes com reações hematológicas prévias ao metamizol, em tratamento com imunossupressores ou outros medicamentos que possam causar agranulocitose”: “Deve ser tida particular atenção à prescrição destes medicamentos em doentes idosos”, alerta.
Apesar deste alerta, o Infarmed avisa que “os doentes a quem foi prescrito metamizol não devem interromper o tratamento”: “Apenas será necessário consultar imediatamente o seu médico, caso surjam sinais e sintomas de discrasia sanguínea, tais como mal-estar geral, infeção, febre persistente, hematomas, hemorragias ou palidez”.
Para finalizar, existe uma população de risco – pessoas com risco de infeções e ou problemas associados!
Contudo, está sempre livre de pedir ao seu médico que não lhe prescreva este fármaco e que lhe substitua por uma outra alternativa com a mesma finalidade terapêutica. (Afinal, tentar não custa!)
Entretanto, leia também:
- Diabetes – Os Cuidados na alimentação dos doentes diabéticos
- Está farto de tossir? Afinal o que se passa? Saiba aqui tudo sobre a Tosse!
- Homeopatia – Terapia a partir de substâncias extraídas da Natureza!
- Dicas para uma alimentação saudável nas crianças (Paleo)
Receba as notícias Leak no seu e-mail. Carregue aqui para se registar. É grátis!