Muito cuidado com aquilo que pesquisa no Google!

Hoje em dia temos de ter muito cuidado com aquilo que procuramos na Internet. Pesquisarmos por um determinado assunto na altura errada pode levar as autoridades à nossa porta. A gigante dos motores de busca em alguns casos tem de fornecer dados às autoridades. No entanto, não é a única empresa que o faz. Dito isto, é preciso muito cuidado com o que pesquisa no Google.

Muito cuidado com aquilo que pesquisa no Google!

Apesar de normalmente o histórico de pesquisas se obter com um mandato, provas recentes expostas num tribunal revelam que esta não é a única forma. Por exemplo, nos Estados Unidos, um tribunal pediu à Google informações sobre todos os utilizadores que pesquisaram por uma morada a uma data altura e mais especificamente perto da hora em que um crime ocorreu. Escusado será dizer que a Google cooperou. Assim enviou aos investigadores os endereços de IP de todas as pessoas que pesquisaram por esse informação na altura do crime.

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Isto é sem dúvida um método muito útil de obter provas e até mesmo de descobrir crimes. Mas também pode ter muitas consequências para a privacidade.

A diferença dos métodos de investigação mais comuns

Até aqui as coisas eram diferentes. Pedia-se um mandato para um determinado suspeito e todo o histórico era recolhido. Assim se constituía um caso. Agora pede-se informações sobre keywords pesquisadas. Ora nesta pesquisa vão dezenas, senão centenas de pessoas (ou mais).

Google

A questão relacionada com o que pode fazer uma pesquisa na Google é esta. Existem preocupações com o que pode acontecer a pessoas que não fizeram qualquer crime e apenas pesquisaram pela coisa errada, na hora errada. Imaginemos que queremos proteger o nosso veículo contra as novas tentativas de furto. Aí podemos pesquisar na Internet por algo como roubar a Volvo. Se pesquisarmos por isso e pouco depois ocorrer o roubo de algumas Volvos, podemos entrar para a lista de suspeitos.

As autoridades apostam cada vez mais nestas iniciativas. Enquanto podem ajudar nas investigações, existem questões válidas acerca do perigo que representam para os dados pessoais.

Mas há outras aplicações que partilham dados com as autoridades.

As publicações Rolling Stone e Property of the People deitaram a mão a um documento do FBI que pode ser visto abaixo e que revela o tipo de informações que podem ser obtidas através das apps de conversação. Logo à partida há uma conclusão interessante. O WhatsApp e o iMessage são as que fornecem mais informações.

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No caso do FBI, o WhatsApp, iMessage e Line podem fornecer os conteúdos das mensagens em resposta a um pedido do FBI. Por outro lado, o Signal, Telegram, Threema, Viber, WeChat e Wickr não entregam o conteúdo das mensagens.

Mas afinal que dados são fornecidos?

Bem, de uma forma geral o WhatsApp dá apenas alguns dados básicos sobre a pessoa. No entanto, caso exista um mandato, é possível que as autoridades tenham acesso a todos os contacts dessa pessoa. Para além disso, e em determinadas circunstâncias, o WhatsApp até pode enviar a fonte e o destinatário das mensagens a cada 15 minutos. No entanto, parece que o conteúdo não é partilhado. Mas há outra forma de se aceder às conversas.

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Utiliza um iPhone e as mensagens do WhatsApp estão na iCloud? Então o FBI tem acesso ao conteúdo das mensagens. É que a Apple tem de entregar a chave de encriptação da iCloud caso exista um mandato.

Entretanto o iMessage começa por fornecer apenas dados básicos como o WhatsApp. No entanto, e caso exista um mandato, as autoridades podem ter acesso ao backup do dispositivo em questão. Isto caso a pessoa tenha as cópias de segurança armazenadas no iCloud.

Os serviços que menos dados revelam

O Telegram e o Signal são dois serviços que têm mais limitações ao nível dos dados que entregam. De facto, o Telegram não dá quaisquer conversas às autoridades nem informações sobre os contactos. Ainda assim e no caso de terrorismo podem fornecer endereços IP e os telefones das pessoas em questão.

O Signal também não revela o conteúdo das mensagens. No entanto, pode fornecer a data e a hora em que um utilizador se registou no serviço.

A maioria destas informações não são novas. No entanto este documento compara muito bem as diferentes plataformas. Esta informação acaba por ser muito importante, por exemplo, para os jornalistas, leaks e fontes.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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