Muito se tem falado do lançamento do ASIC Antimer E3 da Bitmain e de como este deverá ser o fim da loucura da procura de placas gráficas.. Mas e o que pensam os miners ? Será que isto é bem assim ?
Pois bem, assim que a Bitmain anunciou o seu ASIC para mining de Ethereum, a comunidade imediatamente propôs um ‘Hard Fork’ para limitar a eficácia deste novo aparelho.
O que é um Hard Fork ?
Fork
No contexto das criptomoedas, um fork pode ser definido como aquilo que ocorre quando uma blockchain se divide em dois caminhos distintos que coexistem de modo paralelo, semelhante ao que ocorre em sistemas como o Git onde um repositório pode possuir várias cópias distintas que existem de forma simultânea e podem ser alteradas sem afetar nenhuma das outras.
Hard Fork
Um hard fork pode ser comparado ao lançamento de uma nova versão de um sistema operacional, como uma mudança do Windows 7 para o Windows 8. Podem existir mudanças nas regras de funcionamento dos mesmos que inviabilize que algum programa que executava anteriormente execute no novo, e vice-versa.
Ou seja, num hard fork, blocos criados com as novas regras passam a não ser válidos de acordo com a regra antiga, sendo criada “do zero” uma nova blockchain que passa a atender à s novas regras da criptomoeda.
O Ethereum é actualmente a maior altcoin! Uma arquitectura robusta e programadores envolvidos numa comunidade bastante forte, fizeram desta criptomoeda o que ela é hoje.
No entanto, quando os rumores de um ASIC da Bitmain desenhado exclusivamente para ETHASH, toda a comunidade abanou.
- Fim da loucura das Placas gráficas ? Bitmain lançou o Antminer E3 – Aqui
We are pleased to announce the Antminer E3, world's most powerful and efficient EtHash ASIC miner.
Ordering limit of one miner per user and not available in China.
Limited stock, order here now: https://t.co/Zfw3afjJHs#antminerE3 pic.twitter.com/SjHu2eUThp— BITMAIN (@BITMAINtech) April 3, 2018
A empresa responsável por este ASIC não parece estar muito preocupada com a filosofia por detrás da criptomoeda, valorizando mais os seus lucros.
O que não agradou à comunidade, por isso, vários lÃderes do mercado de criptomoedas estão agora a tentar encontrar maneiras para evitar a centralização a que estes ASICs e operações de mining de larga escala acabam por gerar.
Os primeiros a responder foram os programadores das moedas Monero e Siacoin, que anunciaram uma série de ‘Hard Forks’ para tornar impossÃvel o mining com ASICS.
Agora a comunidade de Ethereum está a ponderar fazer o mesmo, considerando um fork para tornar o algoritmo ‘anti-ASIC’, mesmo sabendo que dentro de alguns meses irá existir uma mudança de PoW para PoS, que acaba por tornar tudo isto redundante.
- PoW (Proof of Work) – O processo envolve tomar a Função Hash Criptografada do último bloco da Blockchain, adicionar novas transações e resolver uma nova função criptografada. Resolver a função seria o trabalho, daà o nome PoW, Prova de Trabalho.
- PoS (Proof of Stake) – A forma de mineração PoS(Prova de Participação) usa um sorteio aleatório para decidir quem será o criador do próximo bloco. Nesse modelo o potencial criador já deve contar com ativos na moeda especÃfica e quem tiver mais moedas tem mais chances de ser o criador/sorteado.
Comparado ao PoW, o PoS é muito mais eficiente em termos de consumo de energia, uma vez que não exige força computacional para a resolução do algoritmo.
Programadores unidos
Uma votação publicada no GitHub do algoritmo Ethereum mostra que 1027 programadores disseram ‘Sim’ ao Hard Fork para afastar os miners ASIS da rede, enquanto apenas 42 se opuseram.
Mas será que vale a pena ?
O único problema é que com este ‘Hard Fork’, a rede irá ter duas grandes mudanças muito perto uma da outra, o que acaba por ser uma perda de tempo, por isso alguns programadores preferem focar-se no aperfeiçoamento do algoritmo ETH PoS que deverá quebrar qualquer aspiração da Bitmain e dos seus ASIC.
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