As grandes baterias utilizadas nos veículos eléctricos (VE) são mais resistentes do que a aquelas que encontramos no nosso portátil ou no smartphone. No entanto, vão acabar-se por degradar com o tempo como qualquer outra bateria de iões de lítio. Claro que é algo que ninguém gosta mas a verdade é que é inevitável. Mas afinal o que mata as baterias dos veículos elétricos?
Sabe o que mata as baterias dos veículos elétricos?
Há muitas razões para isso acontecer. No entanto a verdade é que entre várias explicações há dois fatores principais que afetam a velocidade com que a bateria de um VE se degrada. A idade da bateria e o ambiente e utilização. A segunda categoria inclui coisas como a forma como o carro eléctrico é conduzido, como a bateria é carregada, como o veículo é armazenado e fatores ambientais como o clima.
Idade da Bateria
Falando da primeira categoria a degradação devido à idade da bateria, é inevitável. De facto, todas as baterias com iões de lítio reduzem constantemente na eficácia com o passar do tempo. A isto também se chama envelhecimento e é um processo muito gradual. Também não acontece ao mesmo ritmo, ano após ano.
Curiosamente as baterias têm a sua maior queda de capacidade no início e no fim da sua vida útil. Há normalmente uma queda rápida no início, que se estabiliza assim que a bateria também fica estabilizada. Depois surge outra queda após alguns anos. Ainda assim estas quedas são geralmente pequenas, entre 5-10% da capacidade total, mesmo depois de milhares de quilómetros.
Mas qual a razão para isto acontecer? Por causa da forma como as baterias de iões de lítio são construídas e como funcionam. As baterias dos automóveis eléctricos dependem de reações químicas para gerar os electrões que alimentam o motor do carro. Elas geram-nas usando o que se chama um “material activo” para desencadear a reação. Nas baterias de iões de lítio, esse material é o lítio.
Como a bateria é usada uma e outra vez, parte desse lítio é consumido permanentemente. Quando isso acontece ao longo de muito tempo, vemos uma diminuição na carga total que a bateria pode suportar porque não há material ativo suficiente para gerar a mesma quantidade de energia.
Factores ambientais e de utilização
Está provado que os fatores ambientais, especialmente a temperatura, afetam o bom funcionamento da bateria de um VE. Em tempo muito frio, por exemplo, o líquido dentro da bateria de um carro eléctrico torna-se mais viscoso, retardando as reações necessárias para gerar electricidade. Isto significa que há menos electricidade disponível para o motor utilizar, por isso tem menos energia para acelerar.
Os VE são construídos com sistemas de regulação de temperatura para ajudar a evitar que isto aconteça. No entanto em condições meteorológicas extremas, continua a ser um problema até certo ponto. A corrosão ou acumulação dentro da bateria ao longo do tempo também pode resultar na perda de energia.
E não é só o tempo frio. O calor degrada a capacidade temporariamente e pode contribuir para uma perda de capacidade acelerada em geral, mas a diferença de capacidade perdida entre climas temperados e quentes é pequena para os VE.
Um veículo elétrico após quatro anos que esteja num clima temperado mostra menos degradação da bateria do que um num clima quente.
Confiar fortemente nas estações de carga rápida também irá degradar a vida útil da bateria de um EV. De facto, a fabricante automóvel Kia atribui 10% de perda de capacidade ao longo da vida útil de uma bateria devido a estes carregadores. Os carregadores rápidos colocam uma carga pesada na bateria a fim de canalizar toda essa energia tão rapidamente. É tal e qual o que acontece com os smartphones. Isto porque quanto mais energia colocar na bateria, mais forçosamente os electrões e iões se movem no interior das células da bateria. Isto pode causar micro danos e stress extra nos componentes da bateria, eventualmente desgastando a sua capacidade quando feito com demasiada frequência.
Utilizar carregadores rápidos com moderação para dar vida às baterias dos elétricos
A maioria dos fabricantes de carros eléctricos concorda que o carregamento rápido deve ser usado “com moderação”. No entanto não há propriamente uma definição para a expressão “com moderação”. Uma boa regra a seguir é carregar rapidamente o mínimo possível, quando não pode ser evitado ou em viagens longas, e manter-se no nível 1 ou 2 carregando regularmente a maior parte do tempo.
Desde que esteja ciente que a bateria vai diminuir de capacidade, lentamente, ao longo do tempo, não se deve preocupar muito com a degradação. No entanto, deve levar isto em conta para perceber que a uma data altura não vai conseguir ter a mesma autonomia. No que diz respeito à falha completa, a falha total da bateria é muito rara e normalmente coberta pela garantia do fabricante.
Alguma degradação é inevitável, mas se cuidar bem da bateria, é provável que ela mantenha a maior parte do seu alcance durante a vida útil do carro.
Agora já sabe o que mata as baterias dos veículos elétricos.
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