Há uma nova arma poderosa na luta contra a doença de Alzheimer

O exercício aeróbico reduz significativamente os marcadores da doença de Alzheimer e melhora a saúde do cérebro, constituindo uma estratégia preventiva promissora. Os investigadores querem agora avançar com mais ensaios em seres humanos para validar estes resultados e explorar novos tratamentos.

Uma nova forma de combater a doença de Alzheimer

Uma nova investigação conduzida por cientistas da Universidade de Bristol (Reino Unido) e da Universidade Federal de São Paulo (Brasil) descobriu que o exercício aeróbico regular pode reduzir significativamente os marcadores de doença associados à doença de Alzheimer. Estas descobertas oferecem novas perspectivas promissoras na luta contra esta doença devastadora.

Publicado na revista Brain Research, o estudo revela que a atividade física não só protege as células cerebrais saudáveis, como também ajuda a restaurar o equilíbrio no cérebro envelhecido.

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Foco no hipocampo e nos marcadores da doença de Alzheimer

A investigação centrou-se no hipocampo. Trata-se da região do cérebro responsável pela memória e pela aprendizagem, e mediu o impacto do exercício aeróbico nos principais marcadores da doença de Alzheimer. Os resultados foram sem dúvida significativos com grandes melhorias a notarem-se devido ao exercício.

De facto, a integração do exercício aeróbico regular na vida quotidiana pode desempenhar um papel crucial no abrandamento ou prevenção da progressão da doença de Alzheimer.
Assim as iniciativas de saúde pública devem dar prioridade a programas de exercício adaptados ao envelhecimento da população.

Os investigadores estão agora a planear ensaios clínicos em humanos para confirmar os efeitos protectores observados em modelos de roedores. Vão também investigar fármacos que visam o metabolismo do ferro e a morte celular como potenciais abordagens terapêuticas para a doença de Alzheimer.

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Mas há outro estudo muito curioso

Um estudo recente descobriu algo estranho: Quando os ratos com doença de Alzheimer inalam mentol, as suas capacidades cognitivas melhoram. De facto, parece que o composto químico pode parar alguns dos danos causados ao cérebro que estão normalmente associados à doença.

Em particular, os investigadores notaram uma redução na proteína interleucina-1-beta (IL-1β), que ajuda a regular a resposta inflamatória do corpo. É uma resposta que pode oferecer proteção natural, mas que conduz a danos quando não é devidamente controlada.

A equipa responsável pelo estudo, publicado em abril de 2023, afirma que este mostra o potencial de determinados odores para serem utilizados como terapias para a doença de Alzheimer.

Os cientistas analisaram a forma como o cheiro afectava a memória

“Concentrámo-nos no papel do sistema olfativo nos sistemas imunitário e nervoso central. Assim confirmámos que o mentol é um odor imunoestimulador em modelos animais”, afirmou o imunologista Juan José Lasarte, do Centro de Investigação Médica Aplicada (CIMA), em Espanha, quando os resultados foram divulgados.

“Mas, surpreendentemente, observámos que curtas exposições a esta substância durante seis meses impediram o declínio cognitivo nos ratos com Alzheimer. O que é mais interessante, também melhoraram a capacidade cognitiva de ratos jovens saudáveis.”

Depois de terem observado que a inalação de mentol melhorava a resposta imunitária dos ratos, a equipa demonstrou que esta substância podia também melhorar as capacidades cognitivas dos animais. Isto tal como observado numa série de testes práticos no laboratório.

Em ratos com doença de Alzheimer, a administração de mentol durante seis meses foi suficiente para impedir a deterioração das capacidades cognitivas e da memória dos ratos. Além disso, parece que o mentol fez com que a proteína IL-1β voltasse a atingir níveis seguros no cérebro.

Escusado será dizer que isto abre uma possível via para futuros tratamentos

Entretanto os cientistas já estabeleceram numerosas ligações entre os odores e os nossos sistemas imunitário e nervoso. Estas relações são difíceis de compreender totalmente, mas sabemos que o nosso sistema olfativo pode influenciar fortemente o cérebro. Certos cheiros podem desencadear certas respostas no cérebro, levando a reacções químicas que afectam a memória, as emoções e muito mais.

De facto, as doenças relacionadas com o sistema nervoso central – como a doença de Alzheimer, a doença de Parkinson e a esquizofrenia – acompanham-se de uma perda de olfato. Esta nova investigação acrescenta alguns dados promissores, mas são necessários muitos mais estudos em humanos e ratos.

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Bruno Fonseca
Bruno Fonseca
Fundador da Leak, estreou-se no online em 1999 quando criou a CDRW.co.pt. Deu os primeiros passos no mundo da tecnologia com o Spectrum 48K e nunca mais largou os computadores. É viciado em telemóveis, tablets e gadgets.

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