A pirataria através de serviços IPTV continua a ser uma dor de cabeça constante para os detentores de direitos de transmissão, especialmente no que toca ao futebol. Em Espanha, a LaLiga, com o apoio da justiça e das principais operadoras de telecomunicações, tem travado uma autêntica guerra para derrubar websites, links e plataformas ilegais que transmitem jogos de forma clandestina. Isto é algo que se está a expandir a toda a Europa e há outro país que com a ajuda da DAZN implementou medidas e de uma forma mais eficaz que em Espanha para acabar com o futebol pirata.
IPTV: DAZN arranjou forma eficaz de acabar com o futebol pirata
Desde fevereiro, todos os fins de semana, equipas especializadas da LaLiga tentam travar uma batalha contínua com os responsáveis pelos serviços piratas. Isto numa espécie de jogo do gato e do rato digital. No entanto, mesmo com ferramentas cada vez mais sofisticadas e o suporte da lei, os resultados estão longe de ser os esperados.
É verdade que algumas grandes plataformas ilegais foram encerradas, impedindo o acesso de milhares de utilizadores a transmissões não autorizadas. No entanto, os piratas conseguem sempre encontrar novos caminhos, novas plataformas, e métodos alternativos para manter os conteúdos acessíveis.
Nas últimas semanas, porém, surgiu um novo problema que a própria LaLiga não estava à espera — e está a gerar bastante polémica.
Bloqueios estão a afetar até sites legais
Para além de bloquear sites ilegais, a LaLiga começou a bloquear domínios legítimos que nada têm a ver com o futebol ou pirataria. Em dias de jogo — e até em dias normais —, alguns utilizadores viram-se impedidos de aceder a websites.
Pequenos negócios, que dependem totalmente do seu canal de vendas online, também foram apanhados neste processo de bloqueio. Tudo porque muitos destes sites partilham endereços IP comuns com sites piratas, por utilizarem serviços como a Cloudflare. Em vez de encontrar uma solução mais precisa, a LaLiga optou por bloquear tudo o que estivesse associado, independentemente da legitimidade.
Mas há outra forma de combater a pirataria
Segundo o jornal belga L’Echo, a DAZN, em colaboração com a 12th Player, conseguiu em tribunal uma abordagem mais eficaz e responsável. Em vez de bloquear endereços IP inteiros, passaram a utilizar bloqueios baseados em DNS. Trata-se de um método mais preciso, que permite apenas bloquear os domínios específicos que transmitem conteúdos ilegais. Tudo sem prejudicar sites legítimos que partilhem o mesmo IP.
Esta abordagem tem tido tanto sucesso que até empresas como a Cloudflare e a Google estão a colaborar com as autoridades belgas neste processo. É algo que não tem acontecido em Espanha, muito devido à forma agressiva e generalizada com que a LaLiga atua.
Talvez seja tempo de LaLiga olhar para o exemplo da Bélgica e perceber que há formas de combater a pirataria sem prejudicar quem nada tem a ver com o problema.