A Intel tem passado por uma época um pouco complicada no mundo do desenvolvimento e comercialização de processadores. O que claro está, muito se deve ao ‘encostar à bananeira’ na época dos quad-cores! Mas também ao facto do processo de produção de 10nm da Intel (agora Intel 7), ter sofrido um atraso de mais de 5 anos.
Mas, ao que tudo indica, com uma nova chefia, e muita vontade de inverter a tendência de mercado, que agora olha para a AMD como a melhor alternativa no mundo da performance, e também do preço… A Intel está pronta para a luta!
E ainda bem, visto que o mundo dos processadores está a mudar. E a Intel está pronta a acompanhar esta mesma mudança, ou quem sabe, até ditá-la.
Intel explica… O mundo da computação está a mudar!
Portanto, antes de entrar naquilo que a Intel está a planear fazer, é preciso ter em conta que no mundo do desenvolvimento de chips, apesar de tudo continuar a progredir a um ritmo simplesmente alucinante… A verdade é que conseguir aumentos de desempenho dramáticos, geração após geração, é agora cada vez mais complicado.
Por isso, a ideia agora não é apostar apenas e só no poder de computação puro e duro. Mas sim apostar num misto. Ou seja, desenvolvimento do hardware, mas também no desenvolvimento, e aposta séria na eficiência do software, de forma a aproveitar o potencial máximo deste mesmo hardware de nova geração.
É exatamente por isto que a Intel mudou algumas coisas que por enquanto podem parecer pouco importantes. Mas que a médio/longo prazo, podem mudar o paradigma da computação! (Onde temos de considerar a adição do design big.LITTLE nos novos Core 12000 Alder Lake-S)
Assim, a indústria de produção de chips parece estar mais focada na adoção de técnicas que consigam transformar o software, ao mesmo tempo que adaptam o hardware a uma nova geração de computação. É exatamente por isto que a Intel está a apostar forte e feio na sua OneAPI, que foi introduzida originalmente no mercado em 2020.
A ideia com esta API revolucionária é facilitar significativamente o processo de desenvolvimento de aplicações para o mundo X86, mas não só, visto que a ideia é também aproveitar todas as potencialidades da computação via GPU, e claro, outro tipos de aceleradores. Entretanto, a versão para 2022 está a ser ultimada, com mais de 900 novas funcionalidades, onde temos de incluir um compilador unificado C++/SYCL/Fortran, e ainda suporte a Data Parallel Python.
Em suma, o processador é importante, mas importante que isso, é sinergia entre estes dois componentes, e claro, outros que venham a aparecer.
Isto é a Intel a inspirar-se no que a Apple tem feito no mundo dos processadores?
Se olhar-mos para tudo isto com olhos de ver, é incrível como a Intel parece estar a tirar alguns apontamentos, diretamente do caderno da antiga parceira, e agora rival, Apple.
Algo que faz todo o sentido, quando olhamos para os recentes M1 Pro e M1 Max, que com um forte apoio no lado da software, por parte da Apple, são SoCs capazes de conseguir uma performance sem igual. Isto, ao mesmo tempo que mantêm a eficiência que a arquitetura Arm é capaz de oferecer.
No entanto, são chips que também mostram o outro lado da moeda. Ou seja, uma fraca performance em aplicações ainda não pensadas para aproveitar as especificidades deste tipo de arquitetura. É aqui que a Intel quer ultrapassar a Apple, ao criar um sistema capaz de levar a sua própria tecnologia ao máximo das suas capacidades.
É uma estratégia que vai certamente dar frutos! Agora resta esperar para perceber que frutos são estes na verdade.
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