A parte “grande.PEQUENO” do título é uma brincadeira relacionada com o tipo de processador big.LITTLE que já domina o mundo mobile, e começa também a aparecer no mundo dos computadores portáteis e de secretária.
Ou seja, enquanto os processadores tradicionalmente desenhados e produzidos pela AMD e Intel usam, ou usavam, um número fixo de núcleos de processamento, todos eles muito similares entre si, no mundo mobile as coisas não funcionam assim! Visto que a Apple, Qualcomm, MediaTek, Samsung, etc… Optam por uma combinação de núcleos grandes e pequenos, ou por outras palavras, mais rápidos/mais eficientes.
Tudo isto de forma a conseguirem alcançar um ponto ótimo entre performance e eficiência energética.
É verdade que a Intel e AMD também se estão a esforçar para lançar produtos similares, no caso da Intel, esse esforço já começou em 2021… Mas… Correr atrás do prejuízo nunca é grande ideia.
Intel e AMD têm um problema grande.PEQUENO!
Portanto, o processador, seja para PC, smartphones, ou até consolas, está sempre em evolução. Porém, a introdução de um design menos ortodoxo, é sempre um risco para as fabricantes, especialmente quando obriga a adaptação de algum software especializado.
Ainda assim, a filosofia de design big.LITTLE da Arm tem tido um sucesso quase absurdo no mercado, especialmente no lado mobile da coisa (smartphones, tablets, smartwatches). Ao ser uma forma de melhorar a performance e eficiência de um qualquer produto computacional.
Sendo exatamente por isso que o Windows já tem suporte a processadores ARM, e é também por isso que a Intel já tem uma filosofia de design muito similar a este mesmo mundo mobile, com uma mistura de processadores poderosos (Grandes = Big) e mais eficientes (Pequenos = Little).
A AMD, que até tem tido bastante sucesso no mundo dos processadores nos últimos anos, não está tão atenta a esta componente como a sua rival. Mas, é algo que vai ter de obrigatoriamente mudar dentro de muito pouco tempo.
O que é um design big.LITTLE?
De forma mais concreta, é uma filosofia de design híbrida, que tenta contrariar um dos factos mais conhecidos do CPU (Central Processing Unit). Um CPU é desenhado para fazer tudo, mas não ser incrível em nada específico.
Um processador híbrido tenta mudar o paradigma, ao utilizar duas ou mais arquiteturas diferentes de núcleos de processamento, cada uma delas com as suas vantagens e desvantagens. A ideia é que as vantagens de uma arquitetura consigam colmatar as desvantagens de uma outra.
No mundo dos smartphones, o que acontece é mais no sentido em que o sistema operativo usa os núcleos mais poderosos em situações mais exigentes, mas quando não é necessário todo o poder do SoC, opta pela utilização dos núcleos mais pequenos, que gastam menos bateria. Alguns designs permitem o uso de todos os núcleos ao mesmo tempo, para um pico de performance incrível.
Intel já está a tentar, AMD… Mais ou menos!
A Intel já meteu a colher na sopa em 2021, quando lançou os processadores Alder-Lake.
Porém, é preciso salientar que nem todos os processadores desta geração contam com um design big.LITTLE, apenas os mais caros e poderosos têm uma mistura de núcleos dentro da sua die.
Dito isto, a ideia passou por misturar núcleos de alta performance (P-Core) com núcleos focados na eficiência (E-Cores). Esta filosofia continua a ser empregue nas gamas da Intel, ao funcionar da mesma exata forma que o design big.LITTLE tem funcionado no lado dos smartphones.
Curiosamente, os núcleos ‘P’ da Intel são uma continuação da filosofia de desenvolvimento da empresa antes da implementação do design big.LITTLE, isto enquanto os núcleos focados na eficiência são uma continuação do que andava a ser feito na linha Intel Atom.
Por sua vez, a AMD anda a tentar algo diferente, ao utilizar processadores com a mesma exata arquitetura base, porém, com algumas adaptações e limites de energia diferentes para tentar simular uma experiência big.LITTLE. Um bom exemplo está nos núcleos Zen 4c, que são iguais aos Zen 4, porém 35% mais pequenos, e com frequências mais baixas.
Uma filosofia que é menos flexível, não é tão boa no campo da eficiência, mas mantém os níveis de performance mais consistentes.
ARM está a caminho dos PCs!
Como já deve ter percebido, aquilo que aconteceu com a Apple em 2019~2020, está a acontecer, pelo menos em parte, no mundo dos portáteis Windows. A Qualcomm está finalmente a ser capaz de causar impacto com elevados níveis de performance e eficiência, o que claro está, pode ser o início de uma revolução.
Porém, é preciso ter em conta que nem todos os programas trazem suporte à nova arquitetura. Por isso, ainda muita água vai correr nos próximos tempos.
Dito tudo isto, a Intel já tem os seus processadores Lunar Lake a chegar ao mercado no final do verão. Já a AMD… Bem… Temos de esperar pela Computex para saber novidades.
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