As ameaças estão cada vez mais perigosas. De facto, parecem chegar de todos os lados. É por esse motivo que as pessoas andam sempre à procura de novas formas de se protegerem. De facto, neste campo algumas vão tão longe que chegam a instalar duas soluções de segurança em simultâneo. Mas vale mesmo a pena instalar dois antivírus? Isto significa que temos o dobro da proteção?
Vale a pena instalar dois antivírus? Dobro da proteção!?
A primeira questão que se deve colocar aqui, para começarmos, é se é possível instalar mais do que um antivírus no computador. Afinal de contas estamos a falar de duas aplicações que fazem a mesma coisa.
Tecnicamente, é possível instalar vários programas antivírus num único computador. Em alguns casos, é possível ter-se o Microsoft Defender como base, e utilizar-se as funcionalidades opcionais que outras aplicações disponibilizam. Para além disso podemos até instalar dois programas antivírus de terceiros e até tudo correr sem problemas. Isto desde que a proteção em tempo real não esteja ativa nos dois ao mesmo tempo. Mas vale a pena?
As ameaças podem deixar de ser detectadas
Para poder proteger o seu computador de ameaças de malware, o seu software antivírus precisa de ter acesso ao sistema a um alto nível. Assim tem de ser capaz de verificar o tipo de ficheiros e não só em zonas que são normalmente alvo de malware. Para isso, irá injetar sistemas de análise que procuram por atividades suspeitas, analisam informações de eventos e passam ficheiros suspeitos através do scanner de malware.
Se tiver mais de um programa antivírus instalado, ambos quererão injetar este sistema de intercepção no núcleo do sistema. É muito provável que isto conduza a conflitos. Logo à partida pode fazer com que as ameaças deixem de ser detectadas. Em último caso pode até resultar numa falha total do sistema e numa perda permanente de dados essenciais.
Mais carga no sistema
Devido à sua própria natureza, os programas antivírus precisam estar sempre alerta. Isso significa que estão sempre a correr, pelo menos até certo ponto. Uma única solução pode colocar uma pressão significativa nos recursos do sistema, especialmente se não tiver o computador mais poderoso. Agora imagine se forem dois!
Se eles funcionarem sem conflitos pesam mas o sistema lá se vai arrastando. Agora se entrarem em conflito os recursos ocupados podem ainda ser maiores.
Falsos positivos
Vamos assumir que os dois programas antivírus estão instalados sem conflitos e a funcionar em conjunto. Podemos ficar com um problema de falsos positivos.
Um dos programas antivírus pode detetar um ficheiro suspeito e movê-lo para a quarentena. Isso não significa automaticamente que o outro programa também não detete o mesmo ficheiro suspeito. Pode então mover o ficheiro para um local de quarentena diferente.
Isto pode dificultar a remoção do ficheiro infetado, ou resultar em múltiplos alertas falsos de vírus. Não é a situação ideal!
Uma perda de tempo
Não estamos só a falar de ser uma perda de tempo ter dois programas a fazer o trabalho de um. Um programa antivírus leva tempo para configurar, atualizar e gerir. É muito melhor configurar e gerir corretamente um único programa antivírus do que tentar gerir dois programas sem coração.
Ou seja…
Podemos pensar pela lógica que ter dois programas antivírus significa o dobro da proteção. Infelizmente, isto é quase sempre falso. Causam instabilidade e na prática anulam-se um ao outro. Assim esteja quieto.
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