Os Portugueses não têm muita literacia financeira, isso não é novidade para ninguém. Mas, ver meios de comunicação a entrevistar pessoas na rua, com questões como “A inflação está a baixar! Já sentiu a diminuição de preços?” é desapontante e enganoso para todos nós.
O facto de a inflação estar a baixar, não significa que os preços voltem ao que eram antigamente. Apenas significa que os preços estão a aumentar a um ritmo mais baixo. Aliás, é muito provável que os preços não voltem a baixar, porque não é assim que o mercado funciona.
Inflação a cair não significa preços mais baixos!
Portanto, para perceber o porquê das afirmações em cima, é preciso conhecer o significado de dois termos.
- Inflação e Deflação.
Qual é a diferença entre Inflação e a Deflação?
No fundo, são dois movimentos opostos. A inflação significa um aumento de preços generalizado, enquanto a deflação significa o oposto, ou seja, uma queda de preços. Ambos têm efeitos no mercado. – PS: A inflação em si não tem de ser negativa.
O que causa a inflação?
- Aumento na procura
- Problemas na cadeia de produção e distribuição de produtos
- Aumento de emissão de moeda
Como já deve ter percebido, estamos a sofrer por tudo aquilo que aconteceu durante a pandemia, mas é o ponto 3 que é o mais importante.
O aumento da inflação está a acontecer devido à impressão exagerada de dinheiro para não deixar a economia colapsar durante os anos pandémicos. Em suma, existe demasiado dinheiro “cá fora”.
A deflação é boa? Afinal fica tudo mais barato!
A deflação, ao contrário da inflação, significa que os preços têm uma tendência de descida. Isso é bom? Talvez sim, mas geralmente não.
Quedas pontuais de preço, para estimular alguns mercados, são boas. Porém, quedas gerais de preço, por um tempo indeterminado, pode ser um problema grave.
Afinal, isso significa que o poder de compra está a cair, e por isso, os mercados têm de cortar nas preços para tentar aumentar a procura. Isto significa menos encomendas, menos produção, e no limite, despedimentos em massa.
Em suma, Deflação é o resultado de demasiada oferta para a procura existente no momento, normalmente resultado de uma estagnação económica. É um sinal de que a economia está “doente”, não sendo esta a causa dessa mesma doença.
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