Inflação a cair, mas os preços não baixam? Porquê?

A literacia financeira é quase sempre um ponto negativo em Portugal, sendo algo que leva a algumas dúvidas, e até problemas de compreensão, relativamente ao que podemos ver nas notícias apontadas à subida de preço dos mais variados tipos de produtos. Como deve saber, andamos a ouvir falar da inflação, e do seu impacto em tudo o que é mercado ou indústria, desde o COVID. Mas sabe o que tudo isto significa? Se a inflação está a cair, isto significa que os preços dos produtos devem também cair? Não.

Para perceber o porquê, é preciso perceber o que significa este termo. Pois bem, a Inflação é um termo que se refere à subida generalizada dos preços durante um ano, face a um outro ano. Para existir baixas de preço, terá de existir uma deflação, e não apenas uma queda da percentagem da inflação.

Mas vamos por partes.

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Inflação a cair, mas os preços não baixam? Porquê?

Portanto, em jeito de exemplo, se tivermos uma inflação de 4% em Junho de 2023, isto significa que os preços estão 4% mais caros relativamente ao mês de Junho de 2022. Ou seja, mesmo que a inflação tenha caído face aos meses passados, visto que esta andou acima dos 8~9%, isto significa pura e simplesmente que os preços em Junho estão na realidade 4% mais caros relativamente ao mês de Junho de 2022.

Num novo exemplo, em Março tivemos uma inflação de 7.4%, o que claro está, significa que os preços estavam 7.4% mais caros face a Março de 2022.

Em suma, para existir uma queda no preço dos produtos, teríamos ver uma percentagem de inflação negativa, ou seja, a já referida deflação. Por enquanto, estamos apenas a ver um abrandamento da taxa de inflação, o que significa que os preços continuam a ficar mais caros, mas a um ritmo mais baixo comparativamente aos últimos meses.

É exatamente devido a este efeito, e ainda algum impacto da pandemia nas linhas de produção, que vamos voltar a ver um encarecimento geral nos preços da tecnologia na segunda metade do ano. Isto muito graças ao novo lançamento da Apple, mais concretamente do iPhone 15. É muito provável que todo o mercado pegue neste encarecimento, e siga a mesma exata tendência da gigante Norte-Americana.