Ainda se lembra dos tempos dos Pentium 4, em que os consumidores ficavam loucos com a velocidade dos produtos da Intel?
Foi uma tendência que ficou na cabeça dos consumidores durante muitos anos, e que na verdade ainda faz alguma mossa no mercado. Quantas vezes é que já vi leitores a pedir ajuda na sua build, e a sugerir processadores piores, apenas e só porque tinham vantagem no campo dos MHz ou GHz?
Pois bem, hoje em dia, é inegável que se dá mais importância ao número de núcleos e threads. Mas porquê?
Simples. Porque já não se conseguiam fazer processadores single-core mais rápidos com facilidade! Mas na realidade, até 2017, a tendência ainda não estava assente no aumento massivo de núcleos de processamento.
Afinal de contas, apesar de já termos processadores com mais que um núcleo há vários anos, foi apenas na altura dos Ryzen 1000 que as coisas começaram a mudar.
Aliás, foi aqui que a Intel se viu obrigada a abandonar os seus queridos processadores ‘Quad-Core’ e elevadas velocidades base, boost e possibilidade de fazer grandes OCs. Para começar a perseguir o aumento de núcleos. (Para ter noção, o ‘topo de gama’ Intel Core i7-7700K de 2017 ainda tinha “apenas” 4 núcleos.)
Mas porquê? Qual foi a razão para a indústria preferir mais núcleos, em vez de um ou dois núcleos super rápidos?
Muito resumidamente, o motivo principal para a nova tendência do mercado é tornar o processador mais apto para a execução de várias tarefas ao mesmo tempo (multitasking). Ao mesmo tempo que se preparava o terreno para correr aplicações mais exigentes, o que trouxe algumas dificuldades para cima da mesa.
Assim, apesar de no início desta tendência, as aplicações não aproveitarem de forma eficiente o aumento de núcleos de processamento físicos. Temos cada vez mais trabalho a ser feito neste sentido! Com os jogos mais recentes e aplicações mais exigentes a conseguirem aproveitar o aumento massivo de núcleos e threads. (Isto mesmo tendo em conta que os jogos continuam a preferir núcleos mais rápidos, em vez de mais núcleos presentes no processador).
Dito tudo isto, processadores com muitos núcleos são ideais para os utilizadores que executam várias aplicações ou realizam várias tarefas ao mesmo tempo no seu PC. Desta forma, as tarefas solicitadas pelo utilizador são distribuídas entre os núcleos disponíveis, tornando o processamento mais eficaz e eficiente.
Contudo, o aumento de núcleos trouxe outras dificuldades para cima da mesa, como dissemos em cima.
Afinal de contas, como é que se divide “problemas” entre vários núcleos? Quando todos os programas tinham sido feitos para um mundo em que apenas um núcleo rápido reinava.
Na teoria, a coisa é muito simples… Ora imagine que fazia um clone seu! Desta forma podia aspirar a casa 2x mais rápido, ficando menos cansado no fim da tarefa. É uma maneira muito simples de explicar a situação, mas a nível de programação, a coisa é bem mais complexa.
Aliás, antes do aumento massivo de núcleos, a grande maioria dos motores de jogo apenas aproveitava 2 ou 3 núcleos de forma eficiente, pondo sempre a grande maioria da carga no núcleo mais rápido do CPU.
Conclusão
Em suma, com a utilização dos utilizadores a ficar cada vez mais exigentes, e o facto de ser cada vez mais difícil aumentar a velocidade de processamento de um único núcleo, foi preciso utilizar a famosa estratégia “dividir para conquistar”.
Primeiramente para apostar no multitasking, e posteriormente para melhorar a capacidade de processamento das nossas máquinas computacionais, ao dividir o processamento por vários threads, e por vários núcleos dentro da mesma die.
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