Hoje em dia, é muito provável que muita da música que chega aos teus ouvidos, venha do rádio do teu carro, dos earbuds que usas no metro ou no ginásio, ou na coluna Bluetooth que tens no quarto ou bancada da cozinha. O que é absolutamente normal! Ficou muito mais prático ouvir música nos dias que correm. Tens acesso a milhares, talvez até milhões de faixas, a partir de um simples toque no ecrã do teu smartphone.
É prático, funciona e dá para o dia-a-dia. Mas… e se te disser que há um mundo de áudio muito mais detalhado, mais fiel e mais imersivo? Bem-vindo ao universo do Hi-Fi — ou “High Fidelity”, como os puristas gostam de chamar.
Segundo os maiores fãs deste mundo, quem entra… Nunca mais sai!
Dito tudo isto, voltámos a ter oportunidade de ir à Imacustica, para não só ficar a saber mais sobre este mercado, como também experienciar o que é som a sério. Tivemos pele de galinha? Claro! Mas também tirámos várias dúvidas importantes.
Aliás, até tivemos a oportunidade de falar com o jornalista José Vitor Henriques, que já tem uns quantos anos disto no seu cinto, e é na verdade uma personalidade reverada dentro do espaço. Uma figura que por acaso até comparou todos os aparelhos eletrónicos que utilizamos no nosso dia-a-dia, como eletrodomésticos. São bons, são funcionais… Mas não são a “the real thing”.
Por isso, vamos explicar o que é o som Hi-Fi, como funciona, quanto custa entrar nesse mundo e por que razão continua a ser incomparável face aos sistemas de streaming normais que usamos no dia-a-dia.
O que é afinal o Hi-Fi?
Hi-Fi é sinónimo de alta fidelidade sonora. Ou seja, é a tentativa de reproduzir música da forma mais próxima possível da gravação original, sem compressões, distorções ou truques digitais.
Na realidade, é o oposto da conveniência moderna. Aqui não se trata de dar play no Spotify enquanto cozinhas ou trabalhas. Trata-se de parar para ouvir, e sentir todos os detalhes de uma faixa. Estamos a falar do timbre da voz, o eco da sala, o dedilhar real de uma guitarra.
Isto é algo que hoje em dia é cada vez mais raro. Mas sentir a música… É diferente!
Como funciona um sistema Hi-Fi?
Um sistema Hi-Fi é feito de vários componentes, cada um com uma função específica:
- Fonte de som: pode ser um leitor de vinil, CD, um streamer dedicado ou até um DAC ligado ao PC.
- DAC (Digital to Analog Converter): se a música for digital, é aqui que ela ganha vida em formato analógico.
- Amplificador: pega no sinal e dá-lhe força para mover as colunas.
- Colunas (ou auscultadores): são o elemento final, onde o som acontece de verdade.
Tudo isto está ligado por cabos de qualidade. Nada de Bluetooth (salvo raras exceções com codecs muito bons). Neste mundo… O fio ainda manda.
Quanto custa?
Este é o grande problema do Hi-Fi. Não é para quem quer. É para quem pode. Ou seja, não é barato.
Porém, para começar a dar os primeiros passos, não é preciso ter um pai rico. É apenas preciso estudar um pouco o assunto, e se possível, pedir ajuda a especialistas. A Imacustica faz examente isto. Mostra aquilo que o dinheiro pode comprar, e também mostra as diferenças entre mais ou menos dinheiro gasto.
- Entrada de gama: entre os 500€ e os 1000€, já consegues montar um sistema decente (amplificador + colunas + DAC ou fonte).
- Gama média: dos 1000€ aos 3000€, já entras noutro patamar de qualidade.
- Gama alta: aqui não há teto. Nós estivemos sentados à frente de um sistema de 300 mil euros, e de facto, também tive o prazer de me sentar à frente de um sistema de 1.5M. Sim… Há quem os compre.
E o streaming do dia-a-dia? É mesmo assim tão inferior?
Não é que o streaming seja mau. Porque não é. Aliás, está cada vez melhor, e como tal, é ótimo para o dia-a-dia. Mas não é Hi-Fi. A diferença está mesmo lá, e ouve-se. Aliás… Sente-se.
Não se deixe enganar pelo marketing de quem lhe vendeu os earbuds ou auscultadores que usa no dia-a-dia. HD não é Hi-Fi. O som pode ser bom, mas está muito longe daquilo que poderia ser. Consegue imaginar ouvir as suas músicas favoritas, e parecer completamente diferente daqui a que está habituado? Pois…
O que acaba por ser curioso, porque o problema é exatamente esse. Para perceber a diferença, é preciso experienciar Hi-Fi. Ler uma review, mesmo que seja minha (ahah), não chega.
Dicas para quem quer entrar neste mundo
É fácil começar a dizer aquilo que tem de comprar. Mas, quando não se sabe, o melhor é pedir ajuda. Além disso, vai ouvir antes de comprar — cada ouvido é único. Testa. Compara. Decide com os ouvidos, não com os olhos.
O som Hi-Fi não é só uma questão técnica. É uma experiência. Um ritual. Uma pausa para ouvir música como deve ser. Pode ser caro? Pode. Mas para quem gosta mesmo de som, vale cada cêntimo.