O Google Maps desativou temporariamente as informações de trânsito na Ucrânia e isto revela como a tecnologia e as redes sociais podem ser um fator muito importante para desequilibrar a guerra entre dois países. Se calhar para muitos utilizadores esta decisão da Google pode não fazer muito sentido. No entanto, tem uma razão de ser.
Google Maps bloqueou as informações de trânsito na Ucrânia
A Google confirmou esta decisão à Reuters e revelou que fizeram isto para garantir a segurança das comunidades locais. Isto foi feito depois da gigante dos motores de busca falar com as autoridades locais na Ucrânia. Entretanto as funções de navegação continuam a estar disponíveis. Assim os utilizadores podem continuar a utilizar o Google Maps no Android, no iOS ou no computador para encontrarem uma localização. No entanto não vão saber como está o trânsito nem outras localizações em termos de afluência.
Isto pode parecer algo pequeno, mas foi demonstrado que esta informação pode ser utilizada para seguir a presença de exércitos ou civis numa zona de guerra.
Dr Jeffrey Lewis, professor no Middlebury Institute of International Studies na Califórnia, partilhou no twitter uma imagem que mostrava como o Google Maps assinalou um engarrafamento junto à fronteira da Rússia Ucrânia na manhã da invasão às 3:15 da manhã. Isto numa altura em que logicamente não ocorrem engarrafamentos. Foi possível descobrir-se isto porque várias pessoas tentaram escapar e detetaram os smartphones e mostraram um grande conjunto de pessoas. Imaginem estas informações nas mãos erradas?
É verdade que neste momento ainda não há nenhuma evidência que qualquer um dos lados tenha apostado nesta estratégia. No entanto era uma possibilidade.
Esta é uma informação interessante numa altura em que tantas empresas tecnológicas estão a declarar guerra à Rússia.
De facto há várias redes sociais, serviços de vídeo e outras plataformas a bloquearem organizações de notícias Russas e que normalmente partilham propaganda do governo. A Google confirmou o bloqueio dos canais ligados à Rússia no YouTube. Entretanto a Meta e o TikTok também restringiram o acesso da televisão estatal RT e da agência noticiosa Sputnik às respetivas plataformas. A Microsoft juntou-se a estas empresas e removeu a app RT da Microsoft Store e retirou a RT e a Sputnik como fontes do Microsoft Start e MSN.com. A Apple resolveu também remover estas apps da App Store. Ou seja, todo o mundo está a caminhar na mesma direção.
Mas nem tudo diz apenas respeito à informação. Dito isto, vários bancos russos já não estão acessíveis através do Apple Pay e Google Play. Isto devido às sanções internacionais. Para além disso, a Apple já deixou de vender hardware na Rússia.
Também houve mais tomadas de posição a chegarem de Barcelona. Por exemplo, várias empresas russas foram banidas do Mobile World Congress.
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