Aquilo que o programador russo Denis Grachev andava a prometer à muito tempo (um Mega Jogo), conseguiu-o agora com Gluf. Tourmaline e Old Tower por uma unha negra não o conseguiram, e talvez até tenhamos sido injustos na análise deste último, considerado um dos melhores jogos de 2018.
Mas ainda vamos a tempo de nos redimirmos. A ideia é dar o mais que merecido galardão a Denis. Ainda por cima com um jogo que nos encheu por completo as medidas.
Começámos também a nossa review pelo fim. Mas isso porque ainda estamos meio aturdidos com Gluf.
Tal como em Old Tower, também aqui Denis utilizou o seu sistema multicolor scroller. Deu um colorido quase surreal a um jogo para o Spectrum. E apesar de utilizar ao máximo as capacidades deste computador (128 K), é brilhante aquilo que conseguiu fazer com tão pouca memória, sendo o único senão, e que não é de admirar, não possuir ainda mais níveis do que aqueles que tem (contámos à volta dos vinte até terminarmos o jogo).
Gluf é um sapo, mais precisamente um Tesla Sapo (Tesla Frog)!
Tal como a viatura, tem uma bateria que lhe permite acumular carga eléctrica. Isto desde que carregado nos locais indicados para o efeito (possuem o símbolo da electricidade).
Depois da bateria carregada (visível na barra inferior do lado direito), terá que carregar as plataformas. Para isso basta passar por cima delas.
Desta forma transfere-lhes a sua carga, tendo que ter em atenção que a bateria não tem carga ilimitada e regularmente terá que a recarregar.
Só após todas as plataformas serem “pisadas”, é que podemos passar para o nível seguinte.
No encalço de Gluf encontram-se uma série de inimigos. Se lhe tocam, matam-no, implicando recomeçarmos o nível. (temos vidas infinitas, portanto também não é muito penalizador).
Dito isto, alguns são relativamente fáceis de evitar. É que têm movimentos previsíveis. No entanto, alguns movem-se aleatoriamente pelo cenário. Só com alguma sorte lhes conseguimos escapar.
Para complicar a coisa, existem plataformas ao longo dos cenários. Por vezes, estão acessíveis através de elevadores. Outras apenas acessíveis após passarmos por determinas plataformas que desaparecem depois de pisadas.
Estas poderão também ser utilizadas a nosso favor. Bloqueando, ou mesmo encurralando alguns dos inimigos.
Existe também a possibilidade de deslocarmos o ecrã um pouco para cima ou para baixo. Assim vemoso que se passa nas plataformas mais próximas. É muito útil para quando queremos movimentar-nos ou saltar entre elas.
No entanto, se estivermos num dos elevadores, este truque não funciona. Assim arriscamo-nos mesmo a ir de encontro a um inimigo sem termos possibilidade de escapatória.
A mecânica de jogo, para quem conhece Multidude ou Alter Ego do mesmo autor, verá que não é muito diferente, simplesmente o resultado aqui encontra-se mais polido (além das próprias vantagens do sistema multicolor scroller).
Assim, o movimento do sapo é de uma graciosidade a toda a prova. Em Gluf, os cenários são maravilhosos. Têm um colorido que seria difícil de imaginar que se conseguisse passar para o Spectrum ainda há uns poucos anos.
Entretanto, nem sequer o pormenor da música, da autoria de Oleg Nikitin (n1k-o), foi descuidado. Uma melodia bastante agradável, mas tendo a possibilidade de ser desligada se isso nos estiver a dar cabo da concentração.
E voltamos novamente ao início: com um jogo deste calibre, não tínhamos outra hipótese do que considerar Gluf como Mega Jogo!
Gluf entra assim na galeria restrita dos melhores platformers para o Spectrum, a par de maravilhas como Bomb Jack ou Bubble Bobble. É completamente irresistível, viciante, e a única coisa lógica a fazer é irmos imediatamente descarregar aqui o jogo, que ainda por cima é gratuito.
Em suma, muito obrigado Denis Grachev, contribuíste para fazer a nossa vida virtual um pouco mais feliz! Mal podemos esperar pela tua próxima obra…
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