A Dallara, um construtor automóvel Italiano, aproveitou a GITEX 2023 no Dubai para apresentar um carro de corrida autónomo que promete ameaçar as mãozinhas e pézinhos de lendas do mundo automóvel, como é o caso de Lewis Hamilton ou Max Verstappen.
Estamos a falar do quê? Bem, de um carro autónomo capaz de chegar a uma velocidade de 300 km/h, de seu nome Dallara Super Formula S23. Sim, um carro de corrida capaz de fazer todo um Grande Prémio sem a assistência de um condutor, ou até de uma equipa na Pit Box.
Será este o futuro das corridas? Eu creio que não. Existe uma linha que separa a praticabilidade do exagero, e aqui estamos inegavelmente a pisar essa mesma linha. O desporto motorizado não é nem nunca foi só sobre o carro.
Futuro das corridas também está na Inteligência Artificial!?
Portanto, a apresentação feita na GITEX, uma das maiores feiras mundias de tecnologia, serve obviamente para mostrar aquele que pode ser o futuro em várias áreas. A tecnologia está a evoluir de forma absolutamente incrível, e num futuro breve, é muito provável que nem seja necessário conduzir o nosso carro para ir do ponto A para o ponto B. Qual é a melhor forma de provar isso? É simples! É meter uma IA a conduzir um carro extremamente rápido, e delicado, numa pista exigente.
Aliás, caso não saiba, já existe uma competição para este tipo de automóvel super rápido e super inteligente, que vai meter 10 equipas de engenheiros para tentar chegar ao algoritmo mais inteligente, e por isso mais rápido. Tal e qual como na Fórmula 1, nesta competição também existe um prémio monetário extremamente apetecível.
A primeira corrida acontece já em abril próximo, no Circuito de Yas Marina, em Abu Dhabi. (Um circuito que costuma encerrar todas as temporadas de F1)
Entretanto, em termos tecnológicos e técnicos, o veículo de 690 kg está equipado com câmaras que o rodeiam, dando-lhe uma visão de 360 graus, juntamente com GPS para compreender a sua posição na pista. Além disto, temos sensores de radar e LiDAR que podem detetar obstáculos e outros carros e estimar distâncias.
Tudo isto será controlado por um computador fixado no banco onde normalmente se sentaria o condutor.
Curiosamente, também não haverá necessidade de uma equipa na sala de controlo para monitorizar o combustível, a pressão dos pneus ou o desgaste dos componentes. Uma vez que estes dados serão introduzidos no monitor de bordo, e podem até servir para a inteligência artificial adaptar a sua forma de condução.
Em suma, o foco agora não é a habilidade do piloto, mas sim a tecnologia, a programação e os algoritmos de aprendizagem automática. Um pacote que permite a estes veículos navegar em pistas intrincadas a velocidades vertiginosas.
Porém, na minha opinião, fica a faltar a mística, ou se quiser, fica a faltar a essência.
O desporto motorizado nunca foi apenas sobre o carro, foi também sempre muito sobre o piloto. Sendo exatamente que temos nomes intemporais como Senna, Hamilton, Verstappen, Shumacher, Piquet, entre outros.
Desportos motorizados extremos como a Fórmula 1, não servem apenas para ver o que a tecnologia motorizada pode dar. Serve também para ver talentos incríveis a controlar máquinas extremamente avançadas. Não é apenas o carro, é também o condutor.
Será que vamos ter milhões de pessoas a ver um campeonato de carros inteligentes, como temos agora a ver corridas de F1. Não creio. Mas posso estar enganado.
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