Pode parecer um pouco simplista, mas a realidade é que o mercado automóvel começa a a ficar cada vez mais similar ao mundo dos smartphones. O que acaba por ser interessante, mas também desesperante para uma pessoa como eu, que ando sempre a saltitar entre estes dois enormes ecossistemas. Esteticamente, está tudo muito igual graças à moda dos SUVs e Crossovers, e infelizmente também se começa a sentir demasiado parecido quando se fala da experiência de condução, ou seja, quando mete as mãos no volante e pés nos pedais.
O que claro está, é tudo muita coisa que se deve à cada vez mais notória revolução elétrica, que como consequência principal leva à partilha de plataformas para tentar baixar custos de desenvolvimento e de produção.
É exatamente por isso que por vezes gosto de ver estes lançamentos mais brincalhões, como foi este do Abarth 600e por parte da FIAT.
Estamos a falar de um automóvel diferenciado, muito bem conseguido, capaz de respeitar a sua herança… Porque consegue de facto passar muita e boa diversão para a alma do condutor.
Fiat Abarth 600e: Já o conduzimos dentro e fora de pista!
Especificações Técnicas (Scorpionissima)
- Bateria: 50.8 kWh
- Potência: 280cv // 345Nm
- Tamanho e Peso: 4171 mm * 1523mm // 1595kg
- Distância entre Eixos: 2562 mm
- Autonomia: ~300 quilómetros
Primeiras Impressões
O Abarth 600e é impressionante nas imagens, mas consegue ser mais bonito e mais imponente ao vivo. É um design que vai buscar muito às raízes da FIAT e Abarth, mas que consegue conciliar muito bem tudo aquilo que já foi feito, com as novas tecnologias e limitações que as baterias modernas trazem para cima da mesa.
É também um automóvel que impressiona pelo seu “rugido”. Isto é algo estranho, porque estamos de facto a falar de um automóvel elétrico. Mas, como tantas outras fabricantes, a FIAT decidiu equipar o seu novo Abarth com um gerador de som. A diferença é que este gerador está bem pensado e tem impacto na forma como sente a potência a passar para as rodas do automóvel.
Aliás, eu mandei a “boquinha” durante a apresentação de que “ter um gerador de ruído é uma funcionalidade?”, mas depois tive de me calar quando entrei no carro e fiz as minhas voltas no KIP em Palmela.
Experiência de Condução
Este automóvel tem… Alma! Nunca puxei tanto por um carro em pista, e de facto, também nunca fui tão puxado em pista por um automóvel.
Posso não ser o condutor mais experiente neste tipo de experiência, porque só andei com carros a sério em pista 3 ou 4 vezes. Mas… Sai do Abarth 600e suado, mas feliz por ter saído vivo daquela batalha. Porquê? Porque senti a pista, senti os pneus, senti a resposta do acelerador. Algo que já não sentia há algum tempo.
Em estrada, com uma condução mais normal, vai também sentir um pouco desta adrenalina. Mas claro, vai também sentir uma suspensão mais rija, o que pode não ser muito interessante para quem tem de lidar com estradas menos “lisas”.
Ainda assim, fica a conclusão de que temos aqui um brinquedo extremamente interessante.
Preço?
A versão que testámos começa à volta dos 47 mil euros, o que é mais ou menos normal para este tipo de automóvel nos tempos que correm. Mas, se achar demasiado, vai existir uma outra versão ligeiramente mais fraca com um preço também ele ligeiramente mais apetecível.
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