Quando vamos a andar a grande velocidade numa trotinete, ou se preferir, numa scooter elétrica, especialmente quando vai a descer, a última coisa que quer é que ela trave de repente. É que existe uma hipótese de ir parar ao hospital.
Infelizmente é isto que está a acontecer com um pequeno número de trotinetes da Lime. Esta situação já levou a empresa a emitir um alerta de segurança que pode ser consultada aqui.
“Recentemente, detectámos um bug no firmware de nossa frota de scooters que, sob raras circunstâncias, pode causar uma travagem excessiva e repentina durante a utilização”.
Depois de analisarem as trotinetes perceberam que “em casos muito raros – normalmente quando se vai a descer a toda velocidade e se passa num buraco ou noutro obstáculo – pode ocorrer força excessiva de travão da roda da frente, fazendo com que o trotinete pare inesperadamente”.
É verdade que as trotinetes da Lime têm uma velocidade máxima de cerca de 24kms. No entanto, numa descida podem ir mais rápido.
A Lime afirmou que esta questão afetou menos de 0,0045% das viagens nas trotinetes Lime. No entanto revelou que “alguns motociclistas ficaram feridos, apesar de terem sido pequenas contusões”.
Esta questão tem sido seguida com muita atenção. É que, por exemplo, em Auckland, Nova Zelândia já foram detetadas várias lesões relacionadas com este problema. Isto levou as autoridades a proibirem temporariamente as trotinetes. Pelo menos, até que os problemas sejam resolvidos.
Entretanto, sob pressão para resolver o problema, a Lime afirmou que nos últimos dias desenvolveu correções ao nível do software e começou a distribuí-las para as scooters elétricas. Isto está a ajudar a reduzirem as quedas. Sem dúvida uma boa notícia!
Enquanto isso, como medida de precaução, a Lime recomenda que os passageiros testem o travão e tenham especial cuidado em descidas.
As questões relacionadas com as trotinetes têm estado na ordem do dia.
Centrando-nos nos Estados Unidos onde o número é muito maior e como tal mais significativo, a revista Consumer Reports contactou recentemente 110 hospitais e cinco agências não médicas em 47 cidades, onde pelo menos uma das duas principais empresas de scooters nesse país – a Lime e a Bird – operam.
Dessas, 60 responderam ao contacto. Pelo menos 23 instalações relataram o tratamento de 1.545 pacientes por lesões relacionadas com trotinetes elétricas no último ano.
As outras 37 instalações afirmaram que não tomam nota de acidentes com trotinetes. Ou porque não têm a capacidade de fazê-lo ou porque não tiveram relatos de feridos nos seus ficheiros.
Beth Rupp, responsável médica do Centro de Saúde da Universidade de Indiana, em Bloomington, afirmou que tiveram várias contusões, fraturas nasais e fraturas de antebraço bilaterais, acrescentando que algumas pessoas até já precisaram de cirurgia.
Ainda mais alarmante é o facto de que nos Estados Unidos já houve quatro mortes confirmadas relacionadas com o uso de trotinetes elétricas!
O mais recente ocorreu recentemente em Austin, Texas, quando um jovem de 21 anos morreu numa colisão com um veículo.
Cá em Portugal, já começa a haver maior atenção a estes veículos. A título de exemplo, a PSP deteve recentemente 12 pessoas e registou 528 contra-ordenações. Importa salientar que não foram apenas as trotinetes a serem fiscalizadas, mas também bicicletas, com e sem motor.
A culpa não é das trotinetes mas sim dos utilizadores!
Pesquisei um pouco pela Internet acerca das situações em que ocorreram ferimentos mais graves com a utilização de trotinetes. Ora, como devem imaginar, o problema está na má utilização. Dito isto, se fossem cumpridas todas as normas de segurança por parte dos utilizadores e se as trotinetes fossem utilizadas de forma consciente não haveria metade dos problemas.
Em suma, infelizmente há muitos “condutores” que quando estão em cima destes veículos se acham os reis dos passeios.
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