O apagão desta segunda-feira foi real, mas o verdadeiro caos viveu-se… no WhatsApp, Facebook e Instagram. É fácil criticar as pessoas que foram esvaziar os supermercados, mas a realidade é que tudo aquilo que aconteceu, foi um culminar de muita coisa estranha.
Vamos por partes!
Fake news: o verdadeiro curto-circuito foi na cabeça das pessoas
Portanto, pouco depois das primeiras falhas elétricas em Portugal e Espanha, surgiram logo teorias da conspiração, mensagens alarmistas, e claro, fake news a circular mais depressa do que a própria avaria se espalhou pela região.
Pode não ter acontecido consigo, mas de um momento para o outro, já se dizia que tinha sido um ataque russo, que 15 países europeus estavam sem luz, que íamos estar uma semana às escuras, que íamos ficar sem água, sem comida e sem combustível. Um autêntico caos, que teve origem do… Nada!
Tudo isto com uma velocidade assustadora e, como sempre, sem qualquer verificação.
Foi exatamente por isso que as pessoas foram a correr comprar comida, água, papel, e claro, atestar os seus veículos motorizados. Aliás, não nos podemos esquecer das cicatrizes que a pandemia deixou, e claro, temos de ter conta o aviso muito público de que era boa ideia ter uma malinha de emergência com mantimentos para pelos 72 horas…
Tudo isto causou o curti-circuito total.
O problema, claro, foi o silêncio.
Durante várias horas, ninguém sabia o porquê de a falha elétrica ainda não estar resolvida. Mas, mais importante que isso, ninguém fazia ideia do porquê? Infelizmente, praticamente ninguém com responsabilidade apareceu a público para acalmar os ânimos ou esclarecer o que se estava a passar nas horas iniciais.
A mensagem da proteção civil que apareceu as 21h deveria ter sido enviada mais cedo, de forma a tranquilizar as pessoas.
Sim, existiu sempre comunicação via rádio, mas hoje em dia já não é fácil ter um rádio a pilhas em casa.
Conclusão? O apagão mostrou que não estamos só dependentes da rede elétrica. Estamos dependentes da informação certa, dada na hora certa.