Evil West Análise (PC)

Evil West é um jogo curioso, porque é exatamente aquilo que acontece quando um estúdio se pergunta como seria um God of War passado no faroeste, numa altura em que um grupo secreto de cowboys luta contra hordas de vampiros e criaturas da noite… Parece parvo? O mais interessante é que, no meio de tudo isto, com todos os elementos misturados, a coisa funciona!

Pois bem, este estranho jogo foi desenvolvido pela Wild Hog Studios. Estúdio responsável pela excelente trilogia moderna do Shadow Warrior, entre outros first person shooters de grande qualidade. Dito isto, quando ouvi falar deste jogo, originalmente pensei que fosse mais um FPS com uma temática intrigante, contudo, a realidade é que Evil West é um jogo de ação na terceira pessoa com elementos de RPG.

Assim, saindo um pouco da sua zona de conforto, a Wild Hog Studios decidiu arriscar, e ao fazê-lo, criou um jogo de ação como já não via há alguns anos. Um jogo que me invocou uma sensação de nostalgia e pena.

Pena do quê? Que já não se façam mais jogos assim. Mas quais os elementos que tornaram Evil West numa experiência especial? Vamos descobrir com esta análise.

História

A nossa história tem inicio no século dezoito quando a nossa personagem, Jesse Rentier, com a ajuda do seu amigo e colega de “caça” Edgar Gravenor, descarrilam um comboio cheio de vampiros e sangue fresco na esperança de obter informações sobre os planos das “carraças” (o que o jogo chama aos vampiros).

Ambos fazem parte de uma ordem secreta de caçadores de vampiros conhecida como Rentier Institute, vetada pelo presidente dos Estados Unidos e com o objetivo de proteger a nação das ameaças da noite.

Armados com tecnologia humana cada vez mais avançada, a vitória parece cada vez mais próxima. O problema é que os vampiros, ao aperceberem-se que estão a ficar “desatualizados”, decidiram retomar o seu lugar no topo da cadeia alimentar.

Cabe a Jesse arranjar forma de eliminar esta praga de uma vez por todas e salvar a América.

Como o resto do jogo, a história de Evil West é focada e divertida. Sendo exatamente aqui que está uma das habilidades da Wild Hog. Ou seja, a capacidade de criar uma história simples e que cumpre bem o seu objetivo, sendo sempre apoiada por gameplay altamente competente.

Gameplay

Evil West é um jogo linear… E isto é o maior elogio que podia dar. Parece que a Wild Hog foi ler o artigo que escrevi há uns meses atrás: “Em defesa dos jogos lineares”.

(Especial) Em defesa dos jogos lineares!

Aqui temos um exemplo de linearidade bem executada. Os mapas são compostos por arenas onde surgem todo o tipo de inimigos e só podemos progredir depois de os derrotar.
Estas arenas são por sua vez interligadas por “corredores” com puzzles de plataformas e caminhos opcionais que contêm dinheiro para upgrades e segredos à espera de seres descobertos.

A sensação de recompensa pela exploração é algo que já não está muito presente nos jogos hoje em dia, ainda por cima quando esta caça pelos extras não corta o fluxo do jogo devido ao bom design dos mapas.

Como seria de esperar então, temos de falar da outra componente importante num jogo assim, a qualidade do combate.

Apesar de iniciarmos o jogo com apenas a opção de utilizar a nossa soqueira (a mais badass que já vi), rapidamente desbloqueamos outras habilidades e armas.
Entre estas temos uma revolver de disparo rápido, uma espingarda para acertar com precisão nos pontos fracos nos enimigos e até uma luva de choques que serve tanto para bloquear ataques como para dispensar dor!
Mas não se preocupe caro leitor, porque existem mais armas que podem ser desbloqueadas no decorrer do jogo, mas essas eu deixo como surpresa.

Como seria de esperar também, todo o ouro que colecionamos ao longo das missões pode ser utilizado para melhorar as nossas armas e equipamento para nos tornarmos ainda mais letais!

Temos então sempre ao nosso dispor habilidades de curto alcance, longa alcance, combos e um parry que, se utilizado no momento certo, permite executar contra-ataques devastadores.

Todos estes elementos trazem uma boa complexidade ao gameplay, afastando o melhor possível a sensação de repetição (comum em muitos jogos de ação).

Tudo isto, claro, pode ser partilhado com um amigo em co-op!
Um dos pontos mais chamativos deste jogo é o facto de ser possível um segundo jogador calçar as botas de outro caçador e juntar-se a Jesse na caça às carraças.
É de salientar também que neste modo a dificuldade, disposição e quantidade de inimigos é ajustada para dois jogadores (um cuidado que por vezes não está presente noutros jogos).

Gráficos e Performance

Posso dizer que o estilo “cartoon” escolhido pelos developers foi uma boa forma de trazer esta versão do faroeste à vida, conseguindo obter visuais apelativos aparentemente sem tornar o jogo demasiado pesado no hardware.

É certo que alguns elementos na sua apresentação podem ser considerados um pouco “old-school”. Ainda assim, o appeal deste título está no seu gameplay e o design das personagens. Na minha opinião, inimigos e armas acaba sem dúvida por compensar qualquer défice que possa existir no departamento gráfico.

No entanto, apesar de existir uma grande seleção de definições que podemos ajustar de modo a melhorar a nossa performance no PC. A verdade é que o jogo parece ter alguma dificuldade em manter-se estável nos 60fps. Porém, isto pode ser atribuído ao facto de ainda ser uma versão de avaliação! Temos sempre a hipótese dos developers lançarem um patch para resolver qualquer pequena instabilidade.

Conclusão

Posso concluir dizendo que Evil West consegue, pela maior parte, cumprir o que se propôs a fazer.

Com design de mapas apelativo, um elemento de exploração, progressão ao estilo RPG e um sistema de combate variado… Este jogo leva-nos de volta a uma época mais simples.
Na minha opinião qualquer “soluço” que possa existir no departamento gráfico, não é o suficiente para estragar a experiência.

Recomendo sem dúvida a fãs de jogos como Space Marine e Gears of War. Jogadores que procuram uma experiência de ação na terceira pessoa altamente divertida e com a opção de partilhar tudo com um amigo em co-op.

Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Pronto a experimentar algo diferente, mas altamente divertido? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.

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Gonçalo Henriques
Gonçalo Henriques
Lembro-me de ser miúdo e passar os meus dias a jogar NES/PS1, acho que até aí já sabia que iria ser gamer para o resto da vida. Agora quero partilhar este meu interesse com todos os que estejam interessados em ouvir um geek a falar da sua paixão.

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