Um ano depois da inclusão da Huawei na lista de entidades dos Estados Unidos, o mundo está muito diferente. Não por causa desse facto, mas devido à pandemia que estamos a viver. Ainda assim, nem o COVID-19 distraiu Trump da guerra com a China que até aproveitou este período para disparar o tiro fatal contra a Huawei. A cadeia de televisão CNBC relata que a administração Trump começou a bloquear o envio de chips para a Huawei, fabricados fora dos Estados Unidos.
Estados Unidos deram o tiro fatal na Huawei mas há resposta!
A maioria das empresas de tecnologia como a Apple, Qualcomm e MediaTek desenvolvem os seus próprios chips, mas não têm instalações para produzi-los. É aí que fabricantes como a TSMC entram. Desenvolve, por exemplo, o A13 Bionic para a Apple, o Kirin 990 para Huawei e o Snapdragon 865 para Qualcomm.
Agora se quiser ceder algo à Huawei a TSMC tem de pedir aos Estados Unidos
O Departamento de Comércio americano revelou que alterou uma regra de exportação para “atingir estrategicamente a aquisição de semicondutores por parte da Huawei e que resultem de aplicações e tecnologias dos EUA”.
De algum modo a Huawei já tinha previsto isto e como tal transferiu a produção de alguns chips para a SMIC. No entanto, este fabricante aposta na tecnologia de produção de 14nm. Dito isto, está muito atrás do processo de fabrico de 5nm da TSMC. E isto é mesmo muito importante. Na prática é a diferença entre colocar 44 milhões de chips por mm quadrado e 171,3 milhões por mm quadrado. Apenas para dar um exemplo a Huawei está a usar a SMIC para produzir o chipset Kirin 710A que utiliza nos smartphones de gama média.
Entretanto, a TSMC já tinha uma encomenda para entregar à Huawei até ao final do ano. Falo do primeiro chipset Kirin de 5 nm que iria alimentar a próxima gama Mate 40. Agora isto só poderá acontecer se os Estados Unidos deixarem.
O que também continua de fora e isto não é de estranhar são os Google Mobile Services. Ou seja, estes equipamentos vão continuar sem a Play Store, Gmail, Google Maps e muito mais.
A resposta da China
Em resposta a esta iniciativa americana a China também se prepara para tomar medidas. Apple, Qualcomm e outras podem sofrer.
De acordo com uma fonte citada pelo Global Times vão ser implementadas várias “contramedidas”, incluindo a criação de uma “lista de entidades não confiáveis” que resultaria em restrições às empresas americanas, incluindo a Apple. Outras empresas norte-americanas que vão ser alvo de retaliação são a Qualcomm, Cisco e Boeing.
Qualquer retaliação contra empresas de tecnologia dos EUA que resulte na proibição dos seus produtos na China pode representar um grande golpe financeiro. Durante o segundo trimestre fiscal, 14,8% das receitas da Apple vieram da China.
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