SSDs baratos? Ainda se lembra da altura em que os SSDs apareceram pela primeira vez no mercado? A grande maioria dos consumidores comprava uma drive de 64GB para instalar o Windows, e tudo o resto tinha de ir para o HDD! Porquê? Porque uma simples drive de 32 ou 64GB custava um autêntico balúrdio. Uma realidade muito diferente da atual, em que grande parte das pessoas já nem sequer utiliza armazenamento tradicional (HDD) nas suas máquinas, apostando apenas e só em armazenamento SSD.
Porque os preços começaram a baixar do nada! Bem… Mais ou menos, a verdade é que não foi do nada! Então, como é que tudo aconteceu?
Como é que os SSDs ficaram tão baratos ‘do nada’?
Muito resumidamente, este é o poder do crescimento exponencial, algo que acontece bastante no mundo dos micro-processadores. Mas vamos por partes.
Evolução tecnológica (Miniaturização dos transistores)
Pois bem, o crescimento exponencial começa devagar, mas quando arranca, já ninguém o apanha! Por exemplo, um processador dos anos 80 tinha qualquer coisa como 5000 transistores. Entretanto, em 2020, o SoC Apple A13 que dá vida ao iPhone SE, 11 e 11 Pro já conta com 8.5 mil milhões de transistores. Dito isto, se imaginarmos que precisamos de um transistor por cada célula de memória, à medida que o processo passa por fazes de miniaturização e é possível meter 2 transistores no espaço de um, o custo pelo menos espaço já caiu para metade.
Assim, como já deve ter percebido, depois de meter 2 transistores metemos 4… 8… 16… 32… Por aí fora… E claro, o preço vai sempre caindo. Estamos basicamente a falar da Lei de Moore, que não é realmente uma lei, mas foi uma regra que as fabricantes de micro-processadores seguiram durante muitos anos.
No mundo dos SSDs, esta evolução aconteceu com a introdução de tecnologias como a TLC ou QLC, onde metemos 3 ou 4 bits por transistor. O que claro está, ajudou a tornar a memória flash mais barata, apesar de afetar um pouco a performance e durabilidade da mesma.
Depois da miniaturização vem o empilhamento de chips
Entretanto, chega uma altura em que já não é possível miniaturizar ainda mais o tamanho de um transistor, devido às dificuldades no armazenamento de electrões. Por isso, as fabricantes começaram a experimentar o empilhamento de chips, conhecidos como chips 3D.
Assim, a Samsung já tem chips de memória flash com 90 camadas, e até já anunciou que está a trabalhar em novos chips com 160 camadas. Desta forma é fácil aumentar a quantidade de memória sem aumentar demasiado a complexidade na produção.
Produção cada vez mais barata
Cada chip produzido custa uma certa quantidade de recursos, assim, à medida que o tamanho de cada chip aumenta, é possível construir a mesma unidade de armazenamento com menos ‘peças’. Aliás, se olhar-mos para um simples SSD M.2, é uma simples placa de circuito com chips, sem ‘housing’, sem conectores, etc… O que permite uma significativa queda nos custos de produção.
Volume
Antigamente, a memória flash era maioritariamente usada em cartões de memória para máquinas fotográficas. Por isso, não existia muita pressão para a evolução da tecnologia. Sim, o mercado das máquina fotográficas digitais queria mais e mais armazenamento. Contudo, este segmento por si só não tem a procura suficiente para fazer com que as engrenagens se movam.
Por isso, apenas quando o smartphone começou a ser o rei do mundo tecnológico é que a produção de memória NAND Flash passou por uma época revolucionária. As coisas mudaram tanto, que todos os aparelhos computacionais começaram a olhar para este tipo de armazenamento, especialmente os PCs portáteis e Desktop.
Conclusão
A queda de preço não veio do nada, foi tudo devido a uma série de coisas que foram acontecendo, tudo baseado na imagem que está no início do artigo. À medida que a procura fica maior, que a tecnologia evolui, e o preço de produção cai, os preços no mercado propriamente também começam a cair.
(Especial) Como é que os SSDs ficaram tão baratos ‘do nada’? – Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Partilhe connosco a sua opinião nos comentários em baixo.
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