Se porventura for fã de Fórmula 1, deve saber que este desporto é uma selva cheia de política em que nem sempre tudo tem de fazer sentido.
Um bom exemplo é aquilo que vai acontecer à Alpine, a equipa da Renault, que a partir de 2026 vai deixar de contar com um motor Renault, para começar a contar com um motor Mercedes.
Sim, um carro Francês com um motor Alemão (construído no Reino Unido).
Equipa de Fórmula 1 da Renault não vai ter motor Renault
Portanto, ao contrário de outros desportos motorizados, na Fórmula 1, cada equipa luta por dois campeonatos distintos. O de pilotos, e o de construtores. O que tem quase sempre mais importância para nós, os fãs, é o de pilotos. Visto que queremos sempre vibrar com as vitórias de Lewis Hamilton, Max Verstappen, entre outros. Mas, para as equipas, o campeonato de construtores vale muito (mesmo muito!) dinheiro.
Porém, apesar do facto de todas as 10 equipas entrarem neste campeonato, nem todas desenvolvem e produzem o seu próprio motor. De facto, apenas 4 equipas contam com a sua própria motorização, sendo conhecidas como Works Team. Ou seja, equipas que desenvolvem e produzem tudo “in-house”.
Estas são a Mercedes, Ferrari, Red Bull, e claro, a Alpine. Existindo apenas 4 equipas a produzir motores, estas têm obrigatoriamente de fazer parcerias com as restantes equipas. Por isso, a Mercedes fornece motores à Williams, McLaren e Aston Martin. A Ferrari fornece à Haas e Sauber. Isto enquanto a Red Bull (Honda) fornece à RB. A Renault apenas fornece à Alpine, ou seja, a si mesma.
No futuro vamos ter ainda a Audi no meio de todos estes nomes. Uma gigante Alemã que entretanto comprou uma equipa e deverá assim aparecer em grande a partir de 2026.
Porém, com a entrada da Audi, vamos ter de dizer adeus à Renault. Bem, mais ou menos. A Alpine vai continuar, mas devido à falta de capacidade de competir lá em cima da Alpine atual, e custo de desenvolvimento e construção de um motor completamente novo, porque as regras mudam em 2026… A Renault decidiu desligar a ficha ao projeto, para apostar no motor que aparentemente vai ser o mais forte, o da Mercedes.
Mas… Isto faz sentido?
Não é muito comum falar de desportos motorizados na Leak. Mas, neste caso, acho que faz todo o sentido. Porque uma fabricante como a Renault, nunca deveria sequer considerar entrar nesta situação.
A Fórmula 1 é, acima de tudo, o sítio ideal para estas marcas se darem a conhecer. É por isso que a Mercedes, McLaren e Aston Martin estão lá, e é também por isso que temos sempre várias equipas e fabricantes interessadas em entrar no desporto.
Por isso, ver a Renault, uma das fabricantes mais conhecidas à face da terra, que até já tem uns quantos títulos de construtor do seu lado… É um pouco feio.
Porém, isto também pode finalmente revelar qual é o valor real de estar na F1 para uma marca como este. Será assim tão importante? Quem compra um Renault Clio está mesmo interessado na posição de Pierre Gasly no campeonato de Pilotos? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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