(Ensaio) Polestar 2: Se porventura está atento ao mundo automóvel, já deve ter reparado no grande esforço de marketing da Polestar, agora que várias versões do Polestar 2 chegaram ao mercado Português. Mas faz ideia de que marca é esta?
É algo completamente novo? É uma submarca? Pois bem, já tivemos a oportunidade de testar duas versões do Polestar 2, e como tal, temos muita coisinhas para contar!
(Ensaio) Polestar 2: Um carro elétrico completo, bonito, mas simples! Que está verdadeiramente muito perto de ser um autêntico sonho para o condutor que quer dar o salto!
Portanto, antes de falar do carro, faz todo o sentido falar um pouco sobre a Polestar. Afinal de contas, que fabricante automóvel é esta?
Pois bem, apesar de a Volvo querer separar a Polestar da sua restante frota, a verdade é que esta é uma submarca focada em automóveis elétricos, debaixo da bandeira da empresa mãe da Volvo, a Geely. Sendo muito fácil encontrar várias similaridades entre os Volvos mais modernos, e o recém chegado ao mercado Português, Polestar 2.
A filosofia de design é muito similar, os interiores também, e até os faróis são exatamente os mesmos. Curiosamente, nas versões menos poderosas do Polestar 2, até a condução é muito similar, o que diga-se de passagem, é um ponto positivo.
No fundo, o Polestar 2 é um Volvo mais focado em ser moderno, e por isso mesmo, acreditamos ter espaço no novo mundo dos automóveis elétricos.
Polestar 2: Um carro a sério? Ou mais do mesmo?
É inegável que o mundo automóvel está a passar por uma fase de revolução, com todas, ou pelo menos quase todas as fabricantes de referência, a optarem pela cada vez mais popular eletrificação da sua frota automóvel.
Sendo exatamente aqui que a Polestar se encaixa, ao não querer ser mais do mesmo, ao tentar (e a conseguir) oferecer uma experiência realmente ‘premium’, num carro que dá nas vistas, a um preço significativamente mais baixo relativamente aquilo que a concorrência oferece. Vale a pena? Achamos que sim.
O carro!
O Polestar 2 é interessante, porque é um hatchback de 4 portas com um tamanho mais próprio de um sedan, isto ao mesmo tempo que também apresenta uma altura mais própria de um crossover. É um carro estranho, mas é também um carro apelativo, que puxa todo e qualquer olhar, por onde quer que passe.
É também um carro que tenta ser menos complexo que vários rivais, mas nunca esquecendo o apoio da tecnologia naquilo que é um carro moderno e seguro. Uma área onde a Polestar tem uma grande ajuda do Android Automotive, o mesmo exato Sistema Operativo que também dá vida a grande parte da frota de automóveis Volvo! Mas aqui com um ecrã maior (12.3”), e por isso mesmo, mais moderno e imersivo.
Então e a potência, e a condução?
Tive a oportunidade de testar duas versões do Polestar, uma equipada com 2 motores, num pacote capaz de oferecer 402 cavalos de potência, e uma autonomia a rondar os 410 quilómetros. Bem como uma outra versão menos poderosa, com 231 cavalos de potência, e uma autonomia a rondar os 460 quilómetros.
Esta autonomia parece baixa? Não é! O que está no ecrã do automóvel, é aquilo que o veículo lhe vai oferecer, mesmo que abuse um bocadinho do acelerador. Algo que, infelizmente, nem sempre é verdade no mundo dos automóveis elétricos.
Dito isto, apesar de o achar confortável, o Polestar 2 é um carro pesado!
Tem mais de 2 toneladas na sua versão mais poderosa, por isso, em certas estradas, e em certas velocidades, é provável que sinta, e muito, o peso das baterias, bem como o sistema de refrigeração destas.
Dito isto, tendo em conta a diferença de preço, pessoalmente, nunca iria optar pela versão “menos potente”!
O Polestar 2 com 402 cavalos é um carro diferente, vindo de outro planeta, capaz de realmente mostrar quem é, e assim bater o pé aos rivais!
É um automóvel pensado para o entusiasta que gosta de sentir os cavalos elétricos irrequietos debaixo do seu pé do acelerador! Entretanto, apesar de também ela muito interessante, a versão mais básica, é inegavelmente uma versão mais banal daquilo que é um carro elétrico, que apesar de conseguir oferecer algumas emoções fortes graças à agilidade do motor elétrico, parece um carro mais casual, mais pesadão, e provavelmente mais indicado para o condutor menos exigente, que apenas quer conforto e segurança.
Curiosamente, apesar das diferenças no campo da performance, é impossível distinguir as duas versões pelo exterior, ou interior do carro. Todos os Polestar 2 são iguais! (Fora os pacotes extra que possa escolher).
Bateria e Carregamento!
Como disse em cima, apesar de parecer pouco, 400~500 quilómetros de autonomia, vindos de uma bateria de 78kW, já é um número extremamente interessante para a realidade do mercado elétrico, especialmente na versão com 402 cavalos do Polestar 2.
No meu caso, senti-me perfeitamente confortável em ir 3 vezes a Lisboa (vivo em Salvaterra de Magos, o que dá mais ou menos 120Kms ir e voltar), sem nunca ligar o carro a um carregador público. Ver a bateria a vermelho, porque está abaixo dos 20%, não mete medo! Em vez disso, até chega a dar confiança, especialmente porque o Google Maps está sempre a calcular a percentagem de bateria que irá ter disponível, quando chegar ao seu destino.
Curiosamente, neste campo, foi uma experiência muito similar a que tive com o XC40 da Volvo. Algo que faz todo o sentido, visto que o Polestar 2 partilha a mesma exata plataforma CMA, que dá vida ao Crossover. (Um dos automóveis que mais gostei de conduzir em 2022!)
Dito isto, similarmente ao XC40, temos carregamento rápido até 150kWh, o que em teoria, oferece uma carga completa em menos de uma hora. (Mas boa sorte a encontrar um ponto de carregamento em condições, capaz dessa potência, em Portugal.)
Interior e Espaço Disponível
O interior do Polestar 2 é extremamente interessante, e na minha opinião, uma lufada de ar fresco. Não temos a mesma exata qualidade que podemos encontrar em gamas mais Premium, mas na verdade, também não necessitamos dela, porque não é esse o objetivo da marca.
Ao olhar, é diferente de quase tudo, mas ao mesmo tempo, também não é estranho, para quem está habituado ao novo mundo dos carros elétricos.
Afinal, dependendo do acabamento que escolher, encontra madeira, tecido com detalhes, bem como uma mistura de plásticos rijos e moles, naquilo que é um interior bem conseguido, e confortável. Como é óbvio, graças à aposta da Volvo… Oops, da Polestar, na sustentabilidade, não há pele/cabedal para ninguém, mas pode optar por pele vegan.
O único defeito que tenho a apontar no interior, é mesmo a necessidade de ter interagir com controlos touch, em vez de mexer em botões físicos para sistemas essenciais para a condução do dia-a-dia, como é o caso do Ar Condicionado.
Quanto ao espaço disponível, não é de todo um problema, com vários espaços para arrumação na frente, e uma bagageira bastante generosa atrás.
Segurança!
Neste cada vez mais importante campo, temos acesso a tudo o que poderia imaginar e desejar.
Temos travagem automática à frente e atrás, com identificação de peões, monitorização de pontos cegos, cruise control adaptativo, e também temos identificação das linhas, para manter o automóvel sempre no centro da faixa de rodagem.
Além de tudo isto, também temos resultados muito bons nos testes de segurança mais importantes do mercado. Neste campo, é um autêntico Volvo!
Conclusão
Adorei o Polestar 2! É um carro simples, que cumpre bem a sua missão de oferecer segurança e qualidade na prática da condução. Não complica com gimmicks, e até é um carro acessível relativamente ao mercado elétrico atual.
É também um carro bonito, e possante, mas talvez mais importante que isso, diferente de tudo o resto. Curiosamente, aqui por casa, houve quem o comparasse aos antigos Mustang da Ford, graças ao seu design mais ‘quadradão’, e impossível de ficar indiferente.
No fundo, é um começo de luxo da Polestar no mercado Português, e uma grande sapatada no domínio de mercado do Tesla Model 3.
Ademais, o que pensa sobre tudo isto? Já conhecia o Polestar 2? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.
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