Como deve saber, o governo voltou a cair em Portugal, e como tal, para não parar os trabalhos durante demasiado tempo, vamos novamente a eleições legislativas no dia 18 de Maio.
Porém, a realidade é que muitas das pessoas que dá um pouco do seu tempo para ir votar, não tem a noção total de como as coisas funcionam em Portugal.
Eleições em Portugal! Faz ideia de como funcionam?
Portanto, caso não saiba, as eleições em Portugal funcionam de acordo com um sistema representativo baseado no método de Hondt. Algo que é muitas vezes repetido na comunicação social, mas que temos ser algo que a grande maioria das pessoas não compreendo por completo.
Assim, vamos tentar resumir a coisa para dar algumas luzes.
1. Tipos de Eleições em Portugal
Em Portugal, realizam-se vários tipos de eleições, entre as quais:
- Legislativas – Elegem os deputados à Assembleia da República.
- Presidenciais – Escolhem o Presidente da República.
- Autárquicas – Elegem os órgãos das autarquias locais (câmaras e assembleias municipais, juntas de freguesia).
- Europeias – Elegem os deputados ao Parlamento Europeu.
Cada uma segue regras específicas, mas o método de Hondt está presente nas legislativas, autárquicas e europeias. Serve essencialmente para distribuir mandatos por listas de candidatos.
2. Como Funciona o Método de Hondt
O método de Hondt é um sistema de representação proporcional utilizado para converter os votos em mandatos (lugares no parlamento ou noutras assembleias). É exatamente por isso que nem sempre quem tem mais votos ganha mais “lugares”.
Mais concretamente, os votos em cada partido ou coligação são organizados por círculos eleitorais (distritos). O número total de votos de cada partido é dividido sucessivamente por 1, 2, 3, 4, etc., gerando uma tabela de quocientes.
Os mandatos são atribuídos aos valores mais altos dessa tabela até que todos os lugares do círculo eleitoral sejam preenchidos.
Exemplo Prático:
Em suma, imagine um círculo eleitoral que tem 5 mandatos para distribuir e três partidos que obtiveram os seguintes votos:
- Partido A: 10.000 votos
- Partido B: 6.000 votos
- Partido C: 4.000 votos
Agora aplicamos o método de Hondt:
Divisor | Partido A (10.000) | Partido B (6.000) | Partido C (4.000) |
---|---|---|---|
1 | 10.000 | 6.000 | 4.000 |
2 | 5.000 | 3.000 | 2.000 |
3 | 3.333 | 2.000 | 1.333 |
Assim, como os cinco maiores valores são: 10.000, 6.000, 5.000, 4.000 e 3.333. Os mandatos ficam assim:
- Partido A: 3 mandatos
- Partido B: 1 mandato
- Partido C: 1 mandato
Isto assegura que a representação seja proporcional, mas favorece ligeiramente os partidos mais votados. (Favorece os maiores partidos)
3. Características do Sistema Eleitoral Português
- Sistema Proporcional – Representação baseada na proporção de votos.
- Círculos Eleitorais – O país está dividido em distritos eleitorais com mandatos fixos.
- Listas Fechadas – Os eleitores votam em listas partidárias e não escolhem diretamente os candidatos.
4. Quanto custam?
O custo das eleições legislativas em Portugal pode variar significativamente conforme o contexto e o ano em que são realizadas. Por exemplo, nas eleições legislativas de 2015, o Estado gastou aproximadamente 8.5 milhões de euros.
As principais despesas estiveram o pagamento dos membros das mesas eleitorais e às indemnizações às estações de rádio e televisão pela emissão dos tempos de antena.
- Nota: Sim, quem está nas mesas de voto recebe para lá estar. Cerca de 50€.
Porém, as eleições legislativas antecipadas de 2025 tiveram um custo substancialmente mais elevado, estimado em mais de 25 milhões de euros. Este aumento deveu-se a diversos fatores, incluindo subvenções pagas aos partidos para despesas de campanha, custos com papel e expedição dos boletins de voto para o estrangeiro. Isto nunca esquecendo gratificações aos cerca de 67 mil membros das mesas eleitorais.
Antes de mais nada, o que pensa sobre tudo isto? Vai votar nas eleições que se avizinham? Partilhe connosco a sua opinião na caixa de comentários em baixo.