A qualidade de um ecrã de telemóvel não se deve apenas ao número de pixéis. Também não diz apenas respeito ao brilho que consegue alcançar. Muito menos às generosas diagonais que os fabricantes gostam de usar como argumentos para se distinguir da concorrência.
Ecrãs mobile com 90Hz ou 60Hz: notamos mesmo a diferença?
Na verdade, uma tendência recente em alguns fabricantes é a de apresentar modelos com ecrãs nos quais a taxa de atualização é mais elevada. Em vez dos 60Hz apresentam versões com 90 Hz e até de 120Hz. Isto resulta em vídeos mais suaves e, dependendo dos conteúdos e da sua qualidade, mais nítidos. Esta é uma solução limitada ainda a alguns modelos de topo. No entanto, no próximo ano poderá tornar-se norma em muitos smartphones. Isto à medida que as diagonais de ecrã aumentam e que novas tecnologias de ecrãs flexíveis vão sendo apresentadas.
Mas até que ponto se justifica já a compra de um modelo com ecrã a 90Hz?
Será que notamos mesmo a diferença entre uma versão a 60Hz e outra com taxa de refresh superior?
A malta do Phone Arena decidiu olhar melhor para o ecrã do OnePlus 7 Pro (com 90Hz) e comparou-o com o OnePlus 6T (60Hz). Assim, o objetivo foi encontrar algumas respostas. Não se limitou a uma série de testes típicos de especialistas em tecnologia, optando por fazer o que, muitas vezes, acaba por ser o mais acertado. Colocou as tecnologias inovadoras à frente de utilizadores comuns. Depois ouviu também o que tinham a dizer dessas mesmas tecnologias. Isto sem vícios nem ideias pré-concebidas.
Os OnePlus 6T e o OnePlus 7 Pro foram colocados lado a lado a 10 pessoas. Depois foi feita uma simples pergunta.
“Estes dois ecrãs parecem diferentes?”. Durante alguns minutos cada utilizador mexeu nos smartphones. Invariavelmente, os comentários centraram-se no contraste, nas cores, na resolução e na nitidez. Apenas um utilizador afirmou ter notado transições de imagem mais suaves no OnePlus 7 Pro.
Em jeito de confirmação, os mesmos utilizadores foram depois convidados a mexer no mesmo OnePlus 7 Pro. No entanto, sem o compararem com o outro modelo mais baixo, mas com os settings do ecrã alterados para os 60Hz, em vez dos 90Hz. E aí foram cinco os utilizadores a afirmar ter notado a diferença. Sobretudo ao nível da suavidade das imagens em movimento.
Em termos práticos, o que este pequeno teste denota é que os utilizadores comuns conseguem ver a diferença entre um ecrã de telemóvel a 60Hz e um a 90Hz.
No entanto, a maioria só tem essa perceção quando alertada para o facto. Isto permite concluir, em termos muito básicos, que apostar num modelo com ecrã de 90Hz ou 120Hz apenas se justifica para um heavy user ou um nerd.
É, como diz o autor deste pequeno teste. “como fazer crème brûlée com baunilha em vez de extrato de baunilha. Claro que obtém um produto final de maior qualidade, mas apenas algumas pessoas realmente apreciam essa diferença – e todos nós sabemos que qualquer um limparia o prato com qualquer das receitas”.
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