Como já estamos fartos de dizer ao longo deste último mês, a DIGI mudou o mercado de telecomunicações em Portugal, muito provavelmente para sempre. Afinal, a promessa da empresa é de manter esta postura de preços baixos, sem “truques”, e com serviços de qualidade. O que claro está, estraga por completo o “reino” que as três grandes operadoras a atuar em Portugal (MEO, NOS e Vodafone) tinham para si.
Mais concretamente, as mudanças de preço da DIGI estão a obrigar todas as outras operadoras a fazer algo de muito similar, nesta primeira fase com um grande foco nas submarcas “low-cost”, porém, com grandes mudanças também no lado da negociação de contratos (retenção), com os clientes a conseguirem os mesmos pacotes de sempre a preços muito mais apelativos face ao que seria considerado normal.
Mas, existem alguns “ses” nesta forma de negociação. O que levanta uma questão, qual está a ser o efeito em Portugal, no seu geral?
DIGI: Qual é o efeito da entrada da operadora? Qual é o futuro?
De forma muito resumida, o mercado está a aquecer, e deve aquecer mais ao longo do tempo, ou melhor, vai aquecer à medida que a DIGI melhora a sua cobertura de rede fixa e móvel em Portugal.
Afinal de contas, como deve saber, as grandes operadoras Portuguesas estão a baixar preços no geral. Especialmente no lado da rede móvel 4G e 5G. Porém, as grandes baixas acontecem apenas e só onde a DIGI já tem disponível o seu serviço de Fibra Ótica.
Qual é o resultado?
A DIGI entra no mercado com preços muito atrativos para conquistar uma boa quota de clientes, isto enquanto as operadoras que já estavam ativas em Portugal baixam preços apenas em algumas regiões mais críticas, ao mesmo tempo que tentam manter os mesmos preços, e quotas de mercado, nas regiões onde a DIGI ainda não chegou.
No fundo, como está a existir uma renegociação de contratos massificadas, as “3 grandes” conseguem manter uma quota de clientes muito similar. Porém, as margens de lucro estão a baixar de forma muito significativa, e talvez mais grave que isso, de forma extremamente rápida.
Algo muito interessante, porque isto mostra que as operadoras estão a ser reativas, em vez de proativas. Estas não estão preocupadas em oferecer um serviço de qualidade, mas sim em manter as suas margens altas.
Isto é uma estratégia perigosa! Porque mancha a imagem destas marcas a médio-longo prazo. Além disso, dá uma imagem espetacular à DIGI. Quase como se esta fosse um cavaleiro reluzente em cima de um cavalo branco.
Além de perigosa, é uma estratégia que tem tudo para falhar, porque a DIGI vai continuar a investir em infraestrutura. O que vai acontecer quando a DIGI estiver presente em todas as regiões Portuguesas? As 3 grandes operadoras vão reagir aos poucos, sempre com a mesma estratégia? Tem tudo para correr mal.
Nova concorrência deveria servir para inovar e melhorar!
Nós não temos concorrência nas telecomunicações em Portugal há muitos e longos anos. Talvez mais que duas décadas. Ainda assim, a concorrência pode e deve ser uma oportunidade para inovar, investir, e melhorar serviços.
A forma como a MEO, NOS e Vodafone atuavam em Portugal iria ter sempre um fim à vista.
Esta estratégia de rivalizar apenas onde “dá jeito”, tem tudo para ser um pau de 2 bicos.
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