Como noticiámos há alguns dias atrás, a NOWO pediu à ANACOM que esta passasse as licenças 5G à DIGI. Porém, caso não tenha percebido, não foram todas as licenças que a NOWO tem debaixo da sua alçada.
Porquê? Vamos tentar perceber
DIGI meteu a mão nas licenças 5G da NOWO. Mas… Também fugiu!
Portanto, a NOWO pediu à ANACOM uma autorização de forma a transmitir parte das licenças 5G adquiridas no leilão de 2021. Porém, ficaram de fora as licenças na faixa dos 3.6GHz, uma que por acaso até é das mais importantes nas redes de nova geração.
Porquê?
Simples, porque desta forma, a DIGI livra-se de ficar sujeita a novas obrigações de desenvolvimento de rede, o que levaria a um maior investimento!
Assim, a DIGI passa a ter a capacidade de explorar comercialmente 10 MHz na faixa dos 900 MHz, 30 MHz na faixa dos 1.800 MHz, 45 MHz na faixa dos 2,6 GHz e 40 MHz na importante faixa dos 3,6 GHz.
De forma ficam 40 MHz que a NOWO ainda tem debaixo da sua alçada dentro da faixa dos 3.6 GHz. Um número que parece baixo, mas poderia melhorar significativamente a rede da DIGI. O problema é que isto faria com que a DIGI tivesse 80 MHz na faixa dos 3.6 GHz, e isto obrigaria a um maior investimento em infraestrutura.
Segundo o regulamento do leilão 5G:
- “Os titulares que passem a deter 50 MHz [3,6 GHz] ficam obrigados a instalar, em todo o país, 917 estações de base macro próprias ou 9.170 estações de base outdoor small cells próprias”.
- “Os titulares que passem a deter entre 60 a 100 MHz ficam obrigados a instalar, em todo o país, mais 183 estações de base macro próprias ou mais 1.830 estações de base outdoor small cells, por cada 10 MHz acima dos 50 MHz que tenham adquirido.”
Entretanto, em termos de cobertura, a DIGI chega com o 4G a cerca de 93% da população, isto enquanto o 5G fica pelos 40%. Porém, a operadora está a fazer um forte investimento em infraestrutra, e como tal, até ao final do ano, as coisas já poderão estar um pouco diferentes.
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