A DIGI está, e bem, a mudar o mercado Português de telecomunicações para melhor. Os preços estão a cair, e a qualidade dos pacotes contratados está também a subir. Ainda temos o problema das fidelizações no lado das maiores operadoras, mas até isso deverá mudar a seu tempo.
Aliás, as marcas “brancas” (Low-Cost) destas mesmas operadoras já começaram a oferecer serviços sem a tradicional fidelização de 24 meses, isto sem grandes impactos nos preços a pagar no final do mês.
Mas… Será que faz sentido dar já o salto? Além disso, como é que a DIGI consegue estes preços? Isto no mesmo exato mercado onde é completamente normal pagar 25€ mensais por um tarifário móvel ilimitado, bem como contas de 50€ ou 60€ para serviços de fibra ótica com TV incluida?
Vamos por partes.
DIGI é 4x mais barata. Deve mudar já?
Portanto, apesar dos preços muito mais apelativos face aquela que era a realidade Portuguesa, é preciso ter alguma cautela antes de mudar de serviço numa fase tão embrionária de uma operadora. Especialmente quando a concorrência está a tentar ir de encontro à oferta da sua nova rival. Afinal, você não é acionista da DIGI, e como tal, quer apenas o melhor para si e para os seus.
Ou seja, seve sempre optar pela melhor proposta do mercado, e nada mais que isso. A entrada da DIGI pode servir para saltar para os seus novos e apelativos serviços, mas também para aproveitar as mudanças no modelo de negócio das restantes operadoras. Que pelo menos por enquanto, continuam com algumas vantagens face à “novata” DIGI.
Assim, é obviamente uma boa ideia ficar atento ao que está a acontecer no mercado! O melhor plano é esperar algumas semanas, ou meses, antes de mudar de operadora. Ver como tudo vai mexer ao longo do tempo em Portugal.
Afinal, como é óbvio, a DIGI ainda vai ter de passar por algumas dores de crescimento, e como tal, a esperar um pouco, pode evitar algumas dores de cabeça desnecessárias. Por exemplo, apesar do serviço até estar a impressionar vários consumidores, existem falhas:
- Não existe área de cliente.
- Não há app móvel.
- Ainda não existe Roaming. Se for para fora de Portugal, não vai ter acesso a dados móveis.
- DIGI ainda não tem acesso a toda a grelha Televisiva Portuguesa.
- Box de TV incapaz de “voltar atrás”.
- Cobertura de dados 4G e 5G ainda um pouco aquém da concorrência.
Como é que a DIGI consegue ter preços tão mais baixos face à concorrência?
A questão talvez não esteja à volta dos preços da DIGI. Mas sim à volta dos preços da concorrência desta. Os preços em Portugal estavam, e de facto continuam, demasiado inflacionados para a realidade Europeia.
Por isso, apesar das críticas dos líderes das operadoras que tão bem conhecemos, com alguns a afirmar que o investimento ao longo do tempo em infraestrutura vai ter de baixar. Isto ao mesmo tempo que os preços também baixam.
A realidade é que os preços das telecomunicações em Portugal já deveriam ter sofrido mudanças há vários anos. Não só os preços, como também as velocidades, as limitações nos dados, etc…
Era um cartel?
A cartelização é um crime! Por isso, dizer que as 3 grandes operadoras combinavam tudo entre si acaba por ser uma afirmação complicada de se fazer. É preciso ter provas concretas e fortes para fazer tal acusação.
Ainda assim, a realidade é que as 3 operadoras não concorriam entre si, e já não o fazem há vários anos. Assim de cabeça, talvez já não o fazem desde a entrada de rompante da Vodafone em Portugal, no distante ano de 2001, altura em que a Telecel foi absorvida pela gigante multinacional.
Ou seja, a oferta é exatamente a mesma, ao mesmo exato preço, há muitos e longos anos. Por isso, quando a DIGI entra, e do nada já há espaço para baixar preços… É de desconfiar. Sendo exatamente por isso que existem tantos consumidores irritados com o atual estado do mercado de telecomunicações no nosso território.
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