A Dacia é um autêntico caso de estudo, mas importante que isso, é um caso de sucesso. É uma fabricante que não brinca em serviço, especialmente quando o assunto é oferecer carros baratos e práticos.
É exatamente por isso que, depois de um novo Duster que tem sido extremamente elogiado tanto por entusiastas como por especialsitas, temos também a chegada do novo Dacia Bigster, que vem sonhos um pouco mais ambiciosos dentro do mundo dos SUV Familiares.
Estamos a falar de um automóvel espaçoso, robusto e com mais qualidade de construção sem exagerar no preço. Com valores a partir dos 25.000 euros, o Bigster chega com um design imponente e toda uma gama de motores eletrificados.
Mas será que cumpre o que promete? Já estivemos ao volante!
DNA Dacia: Simplicidade e Eficiência
Antes de mais nada, o Bigster não reinventa a roda. Na verdade, é uma espécie de Duster um bocadinho superior, e com mais espaço para oferecer, visto que até utiliza a mesma plataforma CMF-B. Isto significa que segue a mesma filosofia da marca, ao aproveitar ao máximo componentes de outros modelos para reduzir custos. A diferença está no tamanho, pois o Bigster cresce 23 cm em relação ao Duster, chegando aos 4,57 metros de comprimento.
O design também foi pensado para impressionar: linhas robustas, capot elevado e uma postura mais imponente.
Mas há algo importante a notar: apesar do tamanho, a Dacia manteve o peso contido, ficando abaixo dos 1.500 kg. Resultado? Um SUV grande, mas relativamente leve para a categoria.
Motores: Apenas opções eletrificadas
A gama de motores do Bigster é 100% eletrificada, com opções mild-hybrid e um full-hybrid:
- 1.2 Mild Hybrid 140 (gasolina)
- 1.2 Mild Hybrid G-140 (gasolina e GPL)
- 1.2 Mild Hybrid 130 4×4
- 1.8 Hybrid 155 (híbrido completo, semelhante ao Renault Austral e Rafale)
A grande novidade é mesmo o Hybrid 155, que substitui o anterior motor 1.6 Hybrid 140, oferecendo mais potência, bem como uma bateria ligeiramente maior (1,4 kWh contra os anteriores 1,2 kWh).
No entanto, apesar dos 158 cv anunciados, o desempenho é interessante mas está longe de ser explosivo. No fundo, segue a mesma linha do Duster, ao ser eficiente, divertido, mas longe de ser um desportivo.
Ao volante do Bigster Hybrid 155!
Atrás do volante, a primeira impressão é que se trata de um Duster com mais espaço e uma posição de condução ligeiramente mais elevada. A visibilidade melhorou grças ao para-brisas maior, e o conforto também ganhou pontos. Aliás, é esta a imagem de marca do Bigster.
- O preço e qualidade da Dacia, num ponto um pouquinho maior.
Como dissemos em cima, não vai ter grande feeling desportivo, nem vai ter uma caixa automática perfeita. Afinal, como acontece noutros modelos do grupo equipados com esta tecnologia, ela pode ser algo indecisa, especialmente quando existe uma troca entre o modo a combustão e o modo elétrico. Porém, para o segmento, está mais do que bom.
As prestações são boas, a motorização é eficiente, e depois tempos o conforto! Afinal, apesar das jantes de 19 polegadas, a suspensão continua eficaz, e o peso bem distribuído ajuda a manter o carro estável.
A direção continua leve, mas ainda assim assertiva. Gostei muito das 2~3 horas que tive o prazer de conduzir o Bigster em Marselha.
Consumo e eficiência
E o que interessa a muita gente: consumos! O Bigster Hybrid 155 impressionou nos testes com um valor médio de 5,4 l/100 km. Alguns dos jornalistas convidados até conseguiram chegar aos 4.8 litros a partir de uma condução “normnal”. Ou seja, resultados obtidos sem preocupação em conduzir de forma eficiente, o que indica que, com um pouco de cuidado, dará para baixar ainda mais.
Vale ainda a pena salientar que o Bigster melhorou o isolamento sonoro face ao Duster, reduzindo o ruído do vento a velocidades mais altas.
Interior: Espço e funcionalidade
Se já entrou num Duster, então vai sentir-se em casa no Bigster. O tablier é exatamente o mesmo, o que significa muito plástico duro, mas ainda assim naquilo que é montagem robusta. A novidade é a nova consola central elevada (nas versões mais equipadas), que dá um toque mais refinado.
O grande trunfo está no espaço. Atrás, há muito espaço para pernas e cabeça, e a bagageira é generosa, com capacidade que varia entre 566 e 667 litros, dependendo da versão e da presença de roda suplente. Uma grande novidade é o banco traseiro 40/20/40, que melhora bastante a versatilidade.
No campo da tecnologia, o painel de instrumentos pode ser digital (10 polegadas nas versões Journey e Extreme), permitindo projetar o Google Maps ou Waze diretamente atrás do volante. O sistema multimédia central tem 10,1 polegadas e é igual ao do Duster.
Preços e veredicto final
O Bigster posiciona-se como uma das opções mais acessíveis no segmento dos SUV familiares a começar à volta dos 25 mil euros. O modelo Hybrid 155 (testado) custa um pouco mais, mas compensa com mais garra e melhor eficiência.
Vale ainda a pena dizer que o modelo a GPL vai chegar um pouco mais tarde, muito provavelmente um pouco abaixo dos 26 mil euros.
Em suma, o Dacia Bigster é um SUV pensado para quem precisa de espaço e preza um preço justo. Não é o mais refinado nem o mais dinâmico, mas faz o que promete! Ou seja, oferecer muito carro por pouco dinheiro.
Se quer um SUV acessível, espaçoso e económico, o Bigster merece estar na sua lista! Mas se quer luxo e um comportamento mais sofisticado, talvez seja melhor olhar para outro lado.