Nem todas as críticas são objetivas. É um facto. Sendo exatamente por isso que em tudo naquilo que quer fazer na vida, é sempre muito boa ideia estudar bem o assunto. Afinal de contas, não é só nas idas ao médico em que as segundas opinões são válidas.
Aliás, se ainda achas que os “especialistas” são isentos e apenas analisam a qualidade de algo, então prepara-te para abrir os olhos. O recente caso do live-action de “Branca de Neve” (2025) mostra exatamente como um filme pode ser julgado por tudo… menos pelo que realmente é.
O Filme ou a Polémica?
Eu acredito que o filme é “mauzinho”, seguindo a mesma exata linha de muitos dos mais recentes projetos da Disney. Uma linha que está a afastar os consumidores da grande maioria dos projetos que vão chegando aos cinemas ou plataformas de streaming.
Porém, a realidade é que o remake da Disney, realizado por Marc Webb e protagonizado por Rachel Zegler e Gal Gadot, já vinha com uma mochila cheia de polémicas antes mesmo de chegar às salas de cinema.
O trailer foi alvo de críticas ferozes, as escolhas de elenco dividiram opiniões e as declarações da atriz principal geraram mais discussões do que o próprio enredo.
Quando as primeiras críticas saíram, a surpresa foi pouca. Wendy Ide, do The Guardian, não poupou palavras, classificando o filme como uma “refilmagem terrível” e sugerindo que os espectadores evitassem essa “miséria”. Porém, também apareceram várias reviews positivas, e é aqui que temos de meter a cabecinha a pensar.
O filme pode ser mau, mas é assim tão mau… ou já estava condenado desde o início?
O Peso das Redes Sociais
Rachel Zegler, que interpreta a protagonista, não ajudou a causa. Conhecida por expressar opiniões políticas nas redes sociais, a atriz acabou por atrair uma onda de hate como há muito não se via.
Jonah Platt, filho do produtor Marc Platt, não teve papas na língua e acusou-a diretamente de prejudicar o desempenho do filme nas bilheteiras, sugerindo que a sua “imaturidade” desviou a atenção do que realmente importava: o filme em si.
O resultado? Uma chuva de críticas negativas antes mesmo do público ter tempo de formar uma opinião fundamentada.
Críticas ou Campanhas?
A questão aqui não é se “Branca de Neve” é um bom filme ou não. É a forma como se constrói a opinião pública com base em fatores externos. As redes sociais, os debates políticos, as escolhas de casting… tudo conta, às vezes mais do que a própria qualidade do argumento ou da realização.
As “reviews” já não são apenas análises de cinema. Tornaram-se armas em batalhas culturais. E o caso “Snow White” é apenas mais um exemplo de como a objetividade no mundo do entretenimento já foi há muito substituída por narrativas pré-construídas.
Aliás, quem analisa o filme está limitado por quem critica as críticas. É estranho eu sei. Mas se a tua opinião não encaixa, podes vir a passar um mau bocado. Isto é especialmente verdade quando o teu trabalho depende do público.
Basta olhar para uma das reviews positivas que a própria Disney partilhou. Cheia de comentários negativos e hate generalizado.
No fim do dia, a melhor crítica é sempre a tua. Porque, sejamos honestos, quantas vezes foste ao cinema ver algo que diziam ser péssimo… e até gostaste?