Como deve saber, a pandemia de COVID-19 trouxe toda uma nova onda de procura por produtos tecnológicos de ponta, tanto no mundo dos computadores, como no mundo dos smartphones e TVs. Aliás, de forma incrível, a pandemia foi capaz de ressuscitar o quase morto mundo dos tablets Android, graças à grande aposta nas aulas à distância e teletrabalho.
Mas, claro está, ao mesmo tempo, com o aumento da procura, também tivemos vários ‘lockdowns’! O que por sua vez dificultou as coisas no campo da produção e distribuição de materiais.
Muito resumidamente, foram vários fatores que acabaram por resultar numa gigantesca crise de produção de semicondutores, que ainda continua a ter alguns efeitos em várias indústrias, especialmente na automóvel.
Mas no mundo dos computadores? Aparentemente, a coisa já está bastante mais saudável!
Aliás, está tão saudável, que a NVIDIA e AMD estão a tentar renegociar o acordo que têm com a TSMC. O que não se está a comprovar como uma tarefa fácil. Afinal, numa altura em que já pouca gente liga ao COVID, e lentamente regressamos a um estilo de vida mais normal, a procura pela tecnologia também cai.
Crise de chips acabou! Mas a TSMC não quer saber. NVIDIA e AMD estão à rasca
Portanto, de forma muito resumida e simples, vários clientes da TSMC querem (tentar) baixar o número de encomendas originalmente feitas. Onde, de forma mais concreta, temos de incluir a AMD e a NVIDIA, que se estão a preparar para vários lançamentos importantes. (Placas gráficas, Processadores e Motherboards no caso da AMD; e placas gráficas no caso da NVIDIA).
Dito tudo isto ao que tudo indica, a empresa que está mais à rasca é mesmo a NVIDIA! A gigante dos gráficos continua a ter um stock de GPUs Ampere (RTX 30) demasiado alto, e nesta altura do campeonato, está também a lidar com uma autêntica inundação de placas gráficas usadas, do mundo do mining, nas mais variadas plataformas de venda de material usado. Vamos por partes?
Pois bem, tanto a AMD como a NVIDIA querem rever as suas encomendas de chips de 7nm, 6nm e 5nm, para 2022 e 2023!
No caso da AMD, a ideia é baixar um pouco as encomendas de produtos baseados nos processos de 7nm e 6nm. Isto enquanto a NVIDIA gostaria de baixar as encomendas nos 5nm, e posteriormente passar mais cedo para os 4nm. Porquê esta tentativa de mudar os termos do acordo? É que tanto a AMD como a NVIDIA pagaram de forma antecipada, de forma a conseguir reservar quota de produção em plena crise de chips. O problema é que o mercado mudou, e a quota reservada é agora demasiado alta.
Dito tudo isto, é muito provável que a AMD consiga renegociar os seus termos, de forma mais eficaz, tal é a relação de proximidade entre as duas empresas, e claro, tal é a sua necessidade de quota de produção para as suas novas gerações de produtos.
Entretanto, no caso da NVIDIA, a coisa é um pouco mais complicada, porque além do acordo original com a TSMC, a gigante das placas gráficas tem um stock completamente absurdo de placas RTX 30 em armazém! Um stock que simplesmente não consegue vender, e muito provavelmente nunca vai ser capaz de o fazer, pelo menos não sem baixar o preço de forma muito significativa. Tudo isto ao mesmo tempo que prepara o lançamento de toda uma nova geração de placas gráficas, que claro está, vai desvalorizar ainda mais o produto em stock.
Até aqui, no caso da relação entre a TSMC e a NVIDIA, o máximo que a gigante verde das placas gráficas foi capaz de fazer, foi adiar a produção por 1 ou 2 trimestres. Além disto, a TSMC também permite a revenda da quota de produção a outras empresas de fora. No entanto, cabe à NVIDIA encontrar parceiras para essa aventura.
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