A minha professora de Física e Química da Secundária de Salvaterra de Magos ia prontamente enviar-me para o quadro, para me humilhar à frente de toda a turma, se dissesse isto em voz alta. Mas, segundo um novo estudo, é mesmo possível ir buscar energia “ao ar”.
Bem, talvez não fosse tão humilhado pela minha velhinha professora Calisto quando tivesse a oportunidade de explicar que esta energia não é criada do nada. Como ela dizia, e bem, “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma“.
Neste caso, é exatamente isso, porque vamos basicamente reciclar ondas de rádio para criar energia.
Criar energia do nada!? Aparentemente é possível!
Portanto, caso não saiba, o ar à nossa volta parece vazio, parece não ter nada. Mas, para termos rádio no nosso carro (ondas rádio), Internet em casa (Wi-Fi) e fora de casa (4G e 5G), ou até ser possível ligar os nossos earbuds ao smartphone de forma a ouvir música (Bluetooth), existe muita coisa a flutuar à nossa volta.
Pois bem, ao que tudo indica, uma nova equipa de investigadores foi capaz de criar uma tecnologia capaz de capturar e armazenas estes sinais RF, de forma a posteriormente os utilizar para dar energia a pequenos aparelhos eletrónicos.
A grande inovação está assente num aparelho capaz de converter sinais RF de potência extremamente baixa, inferior a -20 dBm, em uma tensão de corrente contínua utilizável. Curiosamente, este não é o primeiro aparelho deste tipo, porém, é o primeiro a superar um dos principais problemas dos retificadores de recolha de energia, que basicamente têm imensa dificuldade em funcionar eficientemente em baixos níveis de potência ambiente.
A principal inovação é um retificador de spin à nanoescala que pode converter sinais de RF de potência extremamente baixa, inferior a -20 dBm. Isto em uma tensão de corrente contínua utilizável. Este dispositivo supera um dos principais problemas dos rectificadores de recolha de energia RF existentes, que têm dificuldade em funcionar eficientemente a baixos níveis de potência ambiente.
Entretanto, como é óbvio, isto é apenas um POC, ou seja, uma prova de que o conceito funciona. A equipa responsável pela descoberta já tem planos para continuar testes, e melhorar muito mais a eficiência do dispositivo. Vamos ter de esperar por algo que realmente possa ser utilizado no mundo real. Mas, ainda assim, é incrível como as coisas podem funcionar no futuro.
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