Coreia do Sul está a trocar smartphones Samsung por iPhones

Durante anos, os smartphones Samsung foram os dispositivos mais vendidos na Coreia do Sul, onde a empresa está sediada desde 1938. No entanto, o iPhone continua a ganhar popularidade, mostrando à Samsung que o seu lugar cimeiro no seu país de origem pode não ser tão sólido como se poderia pensar. Mas a que se deve o facto da Coreia do Sul estar a trocar smartphones Samsung por iPhones?

Coreia do Sul está a trocar smartphones Samsung por iPhones

A Apple e o iPhone ultrapassaram oficialmente os dispositivos Samsung em todo o mundo em 2023. Ou seja, quebrando uma sequência de 12 anos mantida pela empresa de tecnologia coreana como a maior vendedora de smartphones do mundo. Então, o que está a impulsionar esta mudança na popularidade dos smartphones?

A liderança da Samsung em termos de quota de mercado na Coreia do Sul parece um dado adquirido, uma vez que a empresa está sediada no país da Ásia Oriental há quase 90 anos. A Samsung representa 66% da quota de mercado dos smartphones na Coreia do Sul. Ou seja, quase o triplo da Apple, que se situa apenas nos 29%.

No entanto, nada dura para sempre. Assim um recente aumento nas vendas do iPhone na Coreia do Sul pode significar a ruína da Samsung a longo prazo. Um relatório do Korea Herald observou que as vendas da linha do iPhone 15 – incluindo o iPhone 15, iPhone 15 Plus, iPhone 15 Pro e iPhone 15 Pro Max – aumentaram substancialmente no país, saltando 41,9% no primeiro mês desde seu lançamento em outubro de 2023 em comparação com o iPhone 14.

De acordo com números da International Data Corporation (IDC), a Apple é oficialmente a maior vendedora de smartphones do mundo.

Isto ultrapassando a Samsung em 2023 em 8 milhões de unidades, o que é ainda mais preocupante para a gigante da tecnologia. É verdade, enquanto a Samsung vendeu uns impressionantes 26,6 milhões de unidades. Mas a Apple ultrapassou-a com 234,6 milhões de unidades vendidas. Isto coloca agora a Apple em 20,1 por cento da quota de mercado global de smartphones, enquanto a Samsung cai para um segundo lugar próximo, com 19,4 por cento da quota de mercado.

Porque é que a Samsung está a perder quota de mercado?

Há muitas razões para a Samsung estar a perder utilizadores no seu país e fora dele. Para começar, o mercado Android está lotado, pelo que é cada vez mais difícil manter-se na luta à medida que os concorrentes se tornam cada vez melhores. Com a Huawei a ganhar popularidade na China, a Google a estabelecer o valor da linha Pixel todos os anos e a Xiaomi a reduzir o preço, a concorrência é cada vez mais forte. Isto, combinado com o facto de os seus dispositivos estarem a ficar mais parecidos uns com os outros.

A Samsung pode não está a fazer o suficiente para competir com uma empresa que provou o seu valor quando se trata de marketing, particularmente quando a Apple está a fazer movimentos para finalmente alcançar o modo de vida Android.

Será que a adoção pela Apple do USB-C e das mensagens RCS vai ajudar?

Uma das principais razões pelas quais a Apple ultrapassou a Samsung em todo o mundo pode ser o facto de o iPhone estar finalmente a receber algumas funcionalidades do Android que os utilizadores desejam há anos. O boom na linha do iPhone 15 deve-se, pelo menos em parte, à instalação da porta de carregamento USB-C. Algo que a empresa foi forçada a adotar graças a uma decisão da UE que exige que todos os dispositivos vendidos na Europa adoptem a norma até ao outono de 2024. A Apple também está a planear incluir finalmente o serviço de mensagens RCS para mensagens de texto. Isto entre o Android e o iPhone, novamente forçado pela UE.

Mas isso não é tudo. Especificamente na Coreia, as operadoras ajudaram a Apple a adicionar a gravação de chamadas ao iPhone, uma funcionalidade que já está disponível nos dispositivos Samsung há anos. Embora possa parecer inócua, a possibilidade de gravar uma chamada tem sido incrivelmente popular entre os utilizadores coreanos. Aliás foi citada como a principal razão pela qual muitos cidadãos decidiram fazer a mudança.