Tanto a Sony como a Microsoft já lançaram consolas de última geração sem leitor de discos, embora, no caso da Sony, ainda seja possível adquirir e instalar um mais tarde. À primeira vista, parece uma boa forma de poupar algum dinheiro. No entanto essa decisão pode vir a revelar-se um erro.
Consolas sem leitor de discos: uma poupança que pode sair cara
Pode argumentar que nunca usa o leitor da consola, por isso, porque haveria de pagar por ele? No entanto, optar por uma consola com leitor pode acabar por poupar-lhe mais dinheiro do que aquilo que julga estar a poupar ao dispensá-lo.
A poupança é mínima
A diferença de preço entre uma Xbox Series X com e sem leitor é muito pequena. Para a PlayStation 5 Slim ou Pro, o leitor externo custa à volta de 120 Euros. Embora não seja “peanuts”, em comparação com o custo médio de um jogo é um valor relativamente pequeno.
Isto é importante, porque se adquirir uma consola com leitor e isso lhe permitir poupar mais do que o valor do próprio leitor, o argumento da poupança deixa de fazer sentido. Na prática, estará a pagar mais por uma consola com menos funcionalidades.
Fica preso aos preços da loja digital
Se optar por uma versão apenas digital, fica dependente da loja oficial da consola para comprar jogos. Como não há concorrência direta, os preços são definidos à vontade da marca — e o utilizador que aceite ou deixe passar.
No caso da Sony, a venda de códigos digitais por lojas externas foi descontinuada há anos (exceto no Brasil), o que significa que só resta a PlayStation Store. Ainda que existam promoções frequentes, estas são influenciadas pela concorrência com o mercado físico — algo que pode deixar de existir no futuro, reduzindo o incentivo para fazer descontos.
Não pode vender jogos que já não vai jogar
A maioria dos jogadores joga um título uma vez e nunca mais lhe toca. Comprar jogos físicos permite vendê-los ou trocá-los depois de os terminar, recuperando parte do investimento. Comprar tudo digitalmente impede isso.
Por exemplo, se comprar um jogo por 60 euros e o vender por 30, ao fim de dois ou três jogos o leitor já se pagou — e a partir daí está, de certa forma, a “lucrar”. Com o tempo, pode até compensar o valor da própria consola.
Perde o acesso a jogos em segunda mão e oportunidades de poupança
Ao poder vender jogos, também pode comprar usados — muitas vezes por metade do preço. Se esperar algumas semanas após o lançamento, pode encontrar grandes pechinchas. Comprar um jogo usado por 20 euros em vez de 60 equivale a 40 euros de poupança — e ainda o pode revender depois.
Assumindo que compra um jogo por mês, estamos a falar de uma poupança anual significativa. Quanto mais jogar, mais compensa.
Ter acesso a filmes sem ser via streaming
O streaming é prático, mas o catálogo está sempre a mudar. Se um filme ou série favorita for retirada da plataforma, a única forma de garantir acesso contínuo é em formato físico. Além disso, os discos oferecem melhor qualidade de imagem e som, e ninguém pode removê-los ou editar o conteúdo.